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Reflexão: transformação digital não é para carneiros!

By | Tecnologia | No Comments

A transformação digital sempre dá certo?

NÃO!

Falha quando, como tudo na moda, um monte de gente faz de qualquer jeito, seguindo “formulinhas” de webinars ou “gurus” da Internet.

Se você for mais um carneiro no rebanho, não está se diferenciando! Na melhor das hipóteses, só “trocou de fazenda”, para uma mais moderninha; na pior, vai cair no barranco, porque o líder do rebanho é míope.

Transformação digital é mais “transformação” que “digital”. Acontece nas cabeças! Nem a mais incrível tecnologia resolverá problemas de um modelo de negócios moribundo, da incapacidade de correr riscos, adotar um pensamento não-linear, colaborar, romper tabus.

Exemplo: até não muito tempo atrás, videolocadoras se batiam para oferecer uma melhor experiência nas lojas, com diversidade de títulos e outros serviços, foco no consumidor, CRM e tudo mais!

Até que uma delas, chamada Netflix, percebeu que a verdadeira inovação era transmitir o conteúdo pela Internet.

Onde está a Blockbuster? Estereótipo de coisa poderosa que morreu, aparece em filmes de época, como em Capitã Marvel (foto).

Esse e outros insights vieram do evento organizado pelo Experience Club nesta terça, do qual participei. Grandes mentes juntas discutindo temas incríveis!

A inovação não vem da tecnologia: vem das pessoas (e o que você faz sobre isso?)

By | Educação, Tecnologia | No Comments

Imagem: Visual Hunt (Creative Commons)

“Inovação” é uma dessas palavras que está na boca de todo bom profissional e de qualquer empreendedor que se preze. Em tempos em que a concorrência é imensa e o consumidor tem cada vez maior poder, isso verdadeiramente deixou de ser um luxo para se tornar uma questão de sobrevivência. Então eu lhe pergunto: você sabe o que precisa para inovar?

A pergunta é legítima: na prática, vemos poucas empresas inovadoras. Essa escassez se deve a algumas ideias equivocadas, como a de que a inovação depende de grandes investimentos em tecnologia, que não passa de uma ferramenta. Verdade seja dita, uma ferramenta cada vez mais poderosa e acessível, mas ainda só uma ferramenta. O que realmente faz a inovação acontecer são as pessoas.


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Nós nascemos com todas as habilidades necessárias para inovar. Além disso, a tecnologia digital onipresente faz com que hoje quase todo mundo tenha pelo menos uma noção do que pode fazer para usar essa ferramenta criativamente.

Isso ficou muito claro em dois grandes eventos de tecnologia do qual participei nas últimas semanas: o Red Hat Forum e o SAP Forum, do qual fui Mentor de Conteúdo. Apesar de o melhor da tecnologia estar presente em toda parte ali, nada daquilo adiantaria sem a fagulha que nasce em cada um de nós. Tanto que o slogan do Red Hat Forum era “o impacto do indivíduo”. Perguntei a Gilson Magalhães, presidente de Red Hat Brasil, o porquê dessa frase. E ele explicou que a inovação depende de dois ingredientes básicos: a criatividade e a liberdade.

A primeira das duas é o que transforma necessidades em ideias, em produtos! Foi assim que a dificuldade para se conseguir um táxi deu origem ao Uber ou o desejo de compartilhar vídeos com amigos criou o YouTube, por exemplo. Hoje são duas operações multimilionárias, mas surgiram de necessidades muito simples, que todos nós temos, que foram conduzidas criativamente e com liberdade para se tentar. E veja só onde chegaram!

Todos nós temos necessidades não atendidas como essas o tempo todo. Então por que não temos muito mais exemplos assim por aí?

 

Os riscos da zona de conforto

Acontece que as pessoas e, ainda mais, as empresas têm medo da inovação.

Todos nós buscamos a nossa “zona de conforto”, um espaço em que temos a sensação de que dominamos todas as variáveis e onde não somos ameaçados. Nesse lugar, somos os senhores absolutos da situação.

Pena que isso não passe de uma ilusão.

Nunca somos os senhores absolutos do castelo: sempre algo está além do nosso controle, da nossa visão. Por isso, ao contrário de ser uma fortaleza, a “zona de conforto” é uma tremenda vulnerabilidade, pois, quando achamos que estamos “tranquilos”, ficamos cegos ao que está acontecendo a nossa volta. Perdemos a chance de identificar novas tendências e novos concorrentes. Ou pior: identificamos, mas não damos a devida atenção, até que seja tarde demais, e já estejamos sendo chutados para fora do mercado.

Mas o grande problema da “zona de conforto” é que ela inibe a inovação.

Sabe aquele ditado que diz que “em que que está ganhando não se mexe”. Profissionais e empresas que pensam assim estão condenados a desaparecer. Pois vejamos ou não, queiramos ou não, a concorrência sempre está se mexendo. Nosso próximo concorrente pode estar sendo criado nesse exato momento na mesa de um café qualquer. Essa nova empresa, inovadora e disposta a correr riscos, chegará ao mercado com potencial de destronar negócios consolidados há décadas, pelo uso criativo da tecnologia e modelos de negócios ousados.

Não podemos nos dar ao luxo de não correr riscos. Temos que estar prontos para isso o tempo todo, pois o mercado já não comporta quem quer ficar sempre igual. Não se enganem: a inovação chegará mais cedo ou mais tarde.

A questão que fica é: você estará no grupo inovador ou no que foi colocado para fora dos negócios?

 

A delícia de se correr riscos

Sim, temos medo de inovar, de correr riscos. É o nosso instinto de autopreservação gritando em nossos ouvidos, tentando evitar que quebremos a cara. Mas a única maneira de ter essa garantia é não tentando nada.

Oras, mas, se não tentarmos, nunca chegaremos a lugar nenhum. Nunca progrediremos. Nunca atingiremos o sucesso. Nunca conseguiremos sair do lugar medíocre em que a vida tende a colocar aqueles que ficam imobilizados por muito tempo.

Em resumo: nunca inovaremos.

Como disse o presidente da Red Hat Brasil, a inovação depende da criatividade e da liberdade. A primeira delas é mais fácil de entender. Precisamos pensar coisas novas, mas também pensar de um jeito diferente coisas que já existem, como nos exemplos do Uber e do YouTube. Já a liberdade é um conceito ainda mais nobre.

Liberdade não é a porta da gaiola aberta. É ter a garantia de poder ser criativo, sem que possíveis falhas no percurso da inovação sejam punidas. Como as empresas não conseguem garantir isso aos funcionários (mas ainda querem se dizer inovadoras), elas criam os famigerados “departamentos de inovação”. Esse é um jeito bonitinho de colocar a inovação dentro de quatro paredes, deixando-a bem controlada.

Nada mais equivocado!

A inovação não pode ser controlada, não pode ser parametrizada, não pode jamais ser restrita! Todos os funcionários de uma empresa devem ser incentivados a inovar, inclusive naquilo que não faz parte do seu trabalho. Pois a criatividade mais brilhante pode brotar nos lugares mais inesperados, como uma flor que escolhe nascer na rachadura de uma parede de concreto.

Querer restringir isso aos poucos escolhidos do “departamento de inovação” não faz o menor sentido. Da mesma forma, cabe a cada um querer ampliar os seus horizontes e fazer esses movimentos. Isso o tornará um profissional e uma pessoa melhor.

Em tempos de grande desemprego, isso pode ser decisivo.

 

Continue faminto!

Vivemos um momento riquíssimo em que a tecnologia digital está barata e fácil de usar como nunca, inclusive tecnologia de ponta! Felizes aqueles que conseguem aproveitar isso com criatividade e liberdade para criar produtos que podem redefinir o mercado. Precisamos resgatar aquela mente livre com a qual todos nascemos, mas que, com o passar dos anos, vai sendo aprisionada, primeiramente por um sistema educacional tacanho, depois por empresas acovardadas, ambos intolerantes a falhas e contrários à colaboração genuína.

Isso me lembra do histórico discurso de Steve Jobs para a turma de formandos de Stanford em 2005 (que pode ser visto na íntegra abaixo). O fundador da Apple, uma das pessoas mais inovadoras da história, termina sua fala com uma recomendação: “stay hungry, stay foolish’.


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Em uma tradução livre, isso poderia significar algo como “continue faminto, continue inocente”. Jobs não sugeria ser inocente para ser feito de bobo, mas sim para continuar acreditando em suas ideias, mesmo quando todo mundo diz que é ruim ou que simplesmente você não pode querer inovar. E ser faminto no sentido de que nunca saberemos o suficiente: sempre há espaço para aprender mais, para querer mais, para crescermos e sermos ainda melhores.

Portanto, se você é um executivo, não crie “departamentos de inovação” na sua empresa: dê liberdade para que todos os seus funcionários queiram -e sejam- criativos. Não tenha medo de correr riscos, ou você matará seu negócio. E, se você é um profissional de qualquer área, de qualquer nível, mantenha essa chama acesa dentro de você.

Em outras palavras, “continue faminto, continue inocente”.


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Você vai inovar na sua carreira ou negócio ou vai continuar aí parado?

By | Educação | One Comment
O visionário Norville Barnes demonstra sua revolucionária e simples invenção, o bambolê, em cena do filme “A Roda da Fortuna” - imagem: reprodução

O visionário Norville Barnes demonstra sua revolucionária e simples invenção, o bambolê, em cena do filme “A Roda da Fortuna”

Ninguém discute o valor da inovação. Grandes empresas, universidades, imprensa, gurus incensam a sua importância como o caminho para o sucesso. O próprio LinkedIn está cheio de artigos sobre isso. Mas, se o discurso é lindo, a prática é medonha: empresas e profissionais passam seus dias fazendo mais do mesmo, até se escondendo da inovação! Por que existe esse paradoxo?

Inovar não é nada de outro mundo, mas exige algumas condições, umas quantas habilidades e bastante disposição. Entretanto a nossa sociedade não anda proporcionando nada disso já há um bom tempo. Na verdade, o que vemos é um certo movimento contrário à inovação, que nasce em casa, flui pelas escolas e desemboca nas empresas. Isso é uma tragédia para o profissional, para as companhias e para a sociedade como um todo.  Então como romper isso e mudar para o rumo certo?


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Boa parte da resposta eu vi nos dias 3 e 4, quando visitei o SAP Labs Latin America, a convite da empresa. Trata-se de um centro da gigante de software para pesquisa e desenvolvimento de seus produtos e de soluções criadas com eles. Localizado no Parque Tecnológico São Leopoldo (região metropolitana de Porto Alegre), dentro da Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos), é um dos 19 centros desse tipo que a SAP mantem espalhados pelo mundo, o único da América Latina.

Como se pode imaginar, uma empresa assim é movida por inovação: essa é a linguagem corrente. Por isso, basta chegar ao Labs para notar a primeira coisa necessária para se inovar: um ambiente que o tempo todo convide as pessoas a fazer isso. Não apenas pela construção moderna e acolhedora ou as melhores ferramentas para se desenvolver o trabalho, mas porque a empresa e sua liderança fazem de tudo para manter acesa a fagulha criativa dos profissionais, a vontade de querer fazer algo novo ou de maneira diferente. Tanto é assim que os funcionários podem dispender 10% de seu tempo de trabalho para contribuir mesmo para projetos com os quais não estejam envolvidos.

Quantas empresas você conhece que oferecem tal coisa? Infelizmente a resposta provavelmente será “poucas”. É uma pena, pois a inovação começa a morrer justamente aí. Nem me refiro a “liberar” 10% do tempo do funcionário para ele colaborar em outros projetos, mas a criar mecanismos que incentivem o pessoal a ter uma visão diferente ou pouco convencional do mundo, transformando isso em ganhos para o negócio. E antes que alguém diga que isso é fugir do processo, não é! Trata-se apenas de liberdade de pensamento, abertura a ideias novas e pontos de vista inovadores (e até mesmo conflitantes).

Nesse ponto chegamos à maior inimiga da inovação: a capacidade de correr riscos.

 

Quem fica parado é poste!

Só há um jeito de inovar: tentando algo novo. Mas qualquer tentativa embute algo que deixa a maioria dos gestores de cabelo em pé: o risco de algo dar errado.

As empresas tradicionalmente punem seus funcionários que comentem falhas, pois entendem que estão perdendo dinheiro. Sem entrar no mérito da incoerência disso pela falibilidade humana, com esse comportamento elas jogam mais uma pá de terra sobre a inovação. Todas querem atingir o sucesso, crescer muito, destacar-se da concorrência. Entretanto, cada vez mais, isso só é possível fazendo algo incrível! Mas não dá para se chegar lá sem tentar!

O guru da administração Tom Peters costuma dizer que “o fracasso é uma medalha de honra”, pois ele demonstra que se buscou o novo. E conclui: a única maneira de não fracassar em algo é não tentar. Mas essa também é a garantia de que jamais se atingirá o sucesso!

Não é a primeira vez eu falo disso aqui, mas não tem como deixar de lado esse aspecto quando se pensa em inovação. A maior das ironias é que todos nós nascemos com a disposição para correr riscos. Crianças aprendem de duas maneiras principais: pela imitação e pela experimentação. Elas sabem que podem tentar e, se a coisa não sair como planejado, podem tentar uma outra estratégia para atingir seus objetivos. E até mesmo quando a coisa já deu certo, elas ainda buscam alternativas mais inovadoras, para fazer aquilo de uma maneira melhor! Qualquer bom gamer sabe disso! É por isso que as crianças tendem a jogar melhor que os adultos, que racionalizam e coíbem seus movimentos para minimizar as falhas.

Empresas tradicionais tendem a funcionar como esses gamers adultos, entrincheiradas naquilo que já conhecem e que, em algum momento no passado, deu muito certo. Busca-se a perfeição na mesma, acreditando que isso os protegerá da concorrência. Nada mais equivocado, pois isso tem o efeito exatamente contrário: cega a empresa e sua liderança ao novo, esteja ele dentro de casa ou além de seus muros.

E não se enganem: o novo sempre chega abalando estruturas.

 

Empresa e escola ficam melhores juntas

As novidades nem sempre são óbvias, e muitas vezes dispensam grandes investimentos, Veja o caso do bambolê, cuja invenção foi romantizada no brilhante filme dos irmãos Coen “A Roda da Fortuna” (“The Hudsucker Proxy”, 1994), cujo sucesso custou um pouco a acontecer, como pode ser visto na cena abaixo:

O brinquedo foi inventado pelos americanos Arthur Melin e Richard Knerr. No filme, surgiu da mente do mensageiro Norville Barnes (Tim Robbins). Considerado um idiota pelos poderosos da empresa, sua ideia só foi para frente como parte de um plano maquiavélico do principal executivo da empresa.

Que sorte!

Ficção à parte, o exemplo demonstra que não podemos estar cegos a possibilidades, muito menos desdenhar aquelas que são contrárias a nossas crenças. E tais possibilidades podem estar lá fora, na nossa empresa ou dentro de nós mesmos.

Mas se nascemos abertos à inovação, porque crescemos e ficamos “quadrados” desse jeito? O principal motivo, ironicamente, é a escola. Somos apresentados à punição aos erros ainda nela: afinal, quando erramos na prova, tiramos nota baixa. Além disso, somos expostos a um ambiente que prega a repetição de padrões consagrados e de competição interna constante. Logo, os 16 anos (ou mais) nos bancos escolares são suficientes para introjetarmos os conceitos de que devemos “estudar para a prova” (e não para aprender) e trabalhar sozinhos.

Não é de estranhar, portanto, que cheguemos às empresas com dificuldade em trabalhar em grupo e com nossa iniciativa e nossa criatividade tolhidos. Somos máquinas de execução de tarefas repetitivas, mesmo em atividades que deveriam ser essencialmente criativas, como o marketing.

Desnecessário dizer que a escola precisa abandonar esse modelo oriundo da Revolução Industrial e criar algo que forme profissionais e cidadãos para o mundo atual, dispostos e capazes de inovar, com uma visão comunitária desenvolvida, e que queiram muito mais colaborar que competir. E isso tem que começar na Educação Infantil e ir até a pós-graduação.

Nesse sentido, o lugar onde o SAP Labs Latin America fica também é incrível. Aquele edifício de 17 mil metros quadrados foi construído dentro da Unisinos não por acaso: a empresa criou ali iniciativas como o SAP Next-Gen, que permite que estudantes, professores, pesquisadores, startups e a própria SAP colaborem entre si para a criação de soluções para a comunidade.

Como professor, isso é algo que me encantou, pois eu sinto muita falta de uma maior proximidade entre os mundos acadêmico e empresarial. A grande maioria das universidades resiste a parcerias como essa, como se as empresas fossem, de alguma forma, macular seu ensino e sua pesquisa.

Tremenda bobagem! O resultado dessa resistência são recém-formados com conhecimentos inadequados para o mundo em que vivemos, e uma avalanche de pesquisas que não têm nenhuma utilidade social. E eu sempre digo: pesquisa para ficar pegando poeira em biblioteca de universidade não serve para nada: deveria ser proibida! Os países mais desenvolvidos são justamente aqueles em que a universidade assume o seu papel de inovação, e produz para a sociedade e não apenas para os egos acadêmicos.

 

Esteja aberto ao novo

Não sabemos de onde virá o próximo grande sucesso. Mas, se quisermos ter a chance de fazer parte dele, devemos estar abertos ao novo, olhar o que está a nossa volta, valorizar as ideias, especialmente as que são diferentes das nossas.

A cena acima do bambolê é fictícia, mas a abaixo, do filme “Piratas da Informática” (“Pirates of Silicon Valley”, 1999), é real. Mostra como os engenheiros da Xerox desenvolveram o conceito de interface gráfica e o mouse, e acabaram ridicularizados pela direção da empresa. Eles acharam aquilo uma bobagem e entregaram tudo de mão beijada para Steve Jobs usar na Apple:

Sim, Steve Jobs “roubou” a ideia da Xerox, que não viu valor em uma inovação que simplesmente mudaria o mundo. Mas o Lisa, primeiro computador da Apple com essa tecnologia, foi um fracasso. O sucesso só veio um ano depois, com o lançamento do Macintosh.

Que teria sido da Apple, de Steve Jobs ou do mundo se ele se acorvardasse diante dos inúmeros desafios técnicos, da resistência na própria empresa, dos riscos gigantescos de seus projetos? É verdade que ele era uma pessoa extremamente difícil de lidar, mas isso não é pré-requisito para ser inovador. Felizmente, como ele “bancou” tudo isso, o mundo ganhou o Apple II, o Mac, o iPod, o iPhone e o iPad. E todos os produtos da concorrência derivados deles.

Portanto, a mensagem que deixo aqui, inspirado pelo que vi no SAP Labs, é que não devemos nunca deixar de seguir adiante. Temos que querer melhorar o que fazemos, nosso negócio e nossa carreira, E podemos fazer isso! Se a sua empresa não pensa assim, faça um favor a você mesmo: mude de emprego! É por isso que companhias “quadradinhas” acabam perdendo os seus melhores profissionais.

É claro que dificuldades aparecerão pelo caminho. Mas, longe de serem obstáculos intransponíveis, elas servem para depurar o que criamos e fazer de nós mesmos profissionais e pessoas melhores. Vá em frente!


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Robôs podem ajudar no combate à “coisificação” dos empregos

By | Educação, Jornalismo, Tecnologia | One Comment
Cena do filme “A Invenção de Hugo Cabret” – Foto: divulgação

Cena do filme “A Invenção de Hugo Cabret”

Pouca gente sabe, mas já há algum tempo robôs escrevem parte do noticiário que consumimos. Mas longe de ser uma ameaça aos jornalistas, esse fenômeno pode ajudar a combater o desemprego, trazendo alguma luz sobre o processo de “coisificação” dos trabalhos de qualquer categoria profissional.

Esses jornalistas-robôs não são máquinas humanoides, e sim programas de computador conectados a bancos de dados de diferentes tipos. Eles procuram permanentemente por determinadas informações e, quando as encontram, produzem textos em uma fração de segundo, com uma qualidade que virtualmente impossibilita diferenciar um texto de um desses robôs de um escrito por uma pessoa.


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Mas os robôs não são capazes de escrever qualquer texto (pelo menos ainda não). Eles são muito eficientes na produção de material fortemente baseado em números, como resultados financeiros ou placares esportivos. Os programas não têm inteligência artificial para artigos que exijam abstração, mesmo a partir daqueles mesmo dados. Não conseguem, por exemplo, escrever um texto como este que você está lendo agora.

Robôs não ameaçam, portanto, os empregos dos jornalistas. Na verdade, eles podem lhes tirar o fardo de matérias enfadonhas, para que possam produzir reportagens e artigos de alto valor intelectual.

Infelizmente, quem ameaça esses empregos são os próprios jornalistas e as empresas de comunicação.

Neste momento de crise aguda da imprensa tradicional, os jornalistas mais experientes (e caros) são demitidos por economia. Sobram os novatos, que, além de não ter os necessários calos da profissão, acabam sobrecarregados de tarefas, e topando tudo para não perder o emprego.

O resultado previsível são textos com pouquíssimo esforço de reportagem e quase nenhum requinte intelectual. Esses profissionais ficam esmagados entre denuncismo e jornalismo palaciano de um lado e números do outro, e pressionados pelo volume de produção pelos veículos. Ou seja, os textos que produzem ficam tão limitados quanto os dos robôs, e talvez menos precisos.

Então não precisamos mais de jornalistas?

 

O valor do conhecimento

Jornalistas não estão sozinhos diante desse drama: profissionais de muitas áreas começam a sofrer concorrência de sistemas automatizados. Mas novamente aqui eles não são as reais ameaças aos seus empregos. O verdadeiro risco está na “coisificação” de seus trabalhos.

Assim como na imprensa, empresas de todos os setores passam por momentos dramáticos por conta da crise que assola nosso país. Nessas horas, demitem os funcionários mais caros, extinguem funções e cortam investimentos. Sobram os peões e a mão de obra absolutamente essencial. O objetivo: manter a fornalha acesa com o mínimo de carvão, na esperança de que o fogo não se apague até que dias melhores cheguem.

Em outras palavras, elimina-se a inovação, a iniciativa e o desejo de correr riscos. Fica-se quietinho para que ninguém perceba sua presença, torcendo para que as coisas se acertem por si só. É o típico manual do empresário amedrontado pela crise.

Esse é, entretanto, o melhor caminho para se dar mal. O guru da administração Tom Peters costuma dizer que “o fracasso é uma medalha de honra”, pois ele demonstra que se tentou. E conclui: a única maneira de não fracassar em algo é não tentar. Mas essa também é a garantia de que não se atingirá o sucesso em nada.

Quase posso ouvir agora alguns rindo nervosamente, enquanto leem esse texto e pensam: “falar é fácil”. Pois eu digo que fácil é se acomodar na toca, torcendo para que a tempestade passe logo. Se tiverem a sorte de estarem vivos quando isso acontecer, sairão dela enfraquecidos diante daqueles que aproveitaram a tormenta para reforçar criativamente suas estruturas.

Ao invés de se acovardar em seus buracos, empresas, profissionais, associações devem se unir para justamente encontrar fórmulas para fomentar a inovação e a iniciativa. Não estou dizendo para apostarem todas as fichas em uma única ideia, especialmente se não houver muitas sobre a mesa. Mas, mesmo em tempos bicudos, deve-se correr riscos por aquilo que vale a pena. E isso funciona para profissionais e para empresas.

Precisamos, portanto, de jornalista e de profissionais de todas as áreas. Especialmente dos bons e experientes o suficiente para ter sucesso correndo riscos! A alternativa é ficar lá na toca, com os dedos cruzados e produzindo coisas medíocres. Mas nesse caso, quando a crise passar, talvez encontrem mais robôs que profissionais trabalhando.


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