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Já dá para voltar às salas de aula?

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Já dá para voltar para a escola ou é melhor continuar estudando em casa?

Um dos setores que enfrenta mais dúvidas para retomar suas atividades diante da pandemia de Covid-19 é a educação. De um lado, há o alto risco de contaminação de estudantes e de professores, que podem levar a doença para dentro de suas casas. Do outro, os inegáveis prejuízos no aprendizado e até na formação dos alunos, especialmente entre os mais jovens. Há também a pressão de escolas particulares pela reabertura, temendo que ainda mais clientes cancelem suas matrículas.

Em paralelo, corre outra discussão: a tecnologia dá conta de suprir as demandas de aprendizagem, para que as aulas em casa sejam eficientes?


Veja esse artigo em vídeo:


No meio de toda essa indefinição, muitas cidades reabriram suas escolas públicas e privadas já há várias semanas, enquanto outras ainda resistem. É o caso da maior cidade do país, São Paulo, que autorizou a volta apenas de alunos do Ensino Superior no dia 7 de outubro. Os Ensinos Infantil, Fundamental e Médio voltam nesse dia apenas com atividades extracurriculares opcionais.

Aula mesmo, ainda não se sabe quando. No dia 3 de novembro, será apresentada uma nova posição do município, com base na evolução da pandemia.

E se não voltar?

A tecnologia desponta em um papel central para solucionar esse problema. Mas, como tudo nessa vida, há um jeito certo e um jeito errado de se usar esse recurso.

Algumas coisas precisam ser levadas em consideração, e muitas delas vêm antes da própria tecnologia. A primeira é que a dificuldade de um aluno se concentrar em uma aula online é tão maior, quanto mais jovem ele for.

O ensino à distância pode ser excelente, mas exige muita dedicação do estudante. Por isso, ele tende a funcionar muito bem para o Ensino Superior, e mal para os Ensinos Infantil e Fundamental. As crianças normalmente se dispersam das atividades na tela, o que tem exigido muito de pais e mães para acompanhá-los nas aulas. E, depois de sete meses de distanciamento social, muitos desistiram dessa tarefa.

Além disso, a maioria dos alunos, incluindo muito de escolas particulares, não tem a infraestrutura necessária para estudar em casa. Falta uma boa conexão de Internet, para começar. Ela precisa ter uma boa velocidade e não ser limitada. Mas a maioria dos domicílios brasileiros não tem isso, com a Internet restrita aos planos para smartphones, que são lentos e com uma franquia de dados que acaba rapidamente. Sem falar que muitos simplesmente não têm conexão alguma.

Algumas instituições estão dando chips de celular com plano de dados para estudantes de baixa renda, o que é uma iniciativa muito bem-vinda. Mas infelizmente isso é um privilégio para poucos.

Vale dizer também que a experiência de aprendizagem fica muito melhor em uma tela grande, como a de um tablet e principalmente a de um computador. Só que, segundo o relatório PNAD Contínua do IBGE, apenas 48,1% dos domicílios brasileiros com Internet tinham um computador em 2018. E essa porcentagem vem caindo: em 2017, eram 52,4%. O uso dos tablets também diminuiu: de 15,5% em 2017 para 13,4% em 2018. Já os smartphones crescem, passando de 98,7% dos domicílios em 2017 para 99,2% em 2018. Ou seja, praticamente todos os domicílios brasileiros com Internet têm celulares, sendo que, em 45,5% dos casos, é a única forma de conexão.

Mas calma: nem tudo são notícias ruins!

Quando e como a tecnologia ajuda

Apesar de todas essas dificuldades, coisas muito interessantes surgiram desse processo de transformação digital acelerado.

Sou especializado na criação de conteúdo digital e acompanho a evolução do mercado de educação à distância há 15 anos e de mídia digital desde seu dia zero, há 25 anos. Desde o início da pandemia, em março, ministrei cerca de 350 horas de aulas em salas digitais, e cerca de 30 horas de palestras também online. E os resultados têm sido muito bons!

Por que dá certo para alguns e errado para outros?

Temos que entender que o meio digital pode ser uma ferramenta incrível, mas ela nunca pode substituir os conceitos básicos de uma boa educação e nem o professor. Por exemplo, a aula que eu dou online é a mesma que eu ministro presencialmente: nenhum conteúdo fica de fora!

Por mais que as íntegras das aulas sejam gravadas, elas são dadas ao vivo, e os alunos participam na hora marcada da aula, pois a sua experiência fica muito melhor assim. Os alunos fazem suas perguntas e debatem livremente, por voz, exatamente como em uma sala de aula presencial.

Aliás, a quantidade de alunos por sala também é a mesma de um curso no prédio da escola, limitado a 30, no máximo 40 alunos. Isso me permite conhecer cada um deles! Se tiver mais gente, abre-se uma nova turma, com horário próprio. Como as gravações incluem todas as interações com os alunos, elas só servem para aquela turma, não sendo reaproveitadas para outras.

É a mesma experiência que teríamos se estivéssemos em sala de aula? Claro que não! Eu mesmo sinto falta de estar na sala com meus alunos. Sou uma pessoa cinestésica e sei das perdas.

Por outro lado, sei também que há ganhos, muitos associados à vida moderna. Por exemplo, não é necessário gastar um tempo enorme no trânsito para se chegar à escola. Aliás, se não for possível chegar na hora, não tem problema: a aula não será perdida, pois ela fica gravada.

Além disso, meus alunos agora não ficam restritos a São Paulo. Nesse período, cheguei a ter uma aluna que assistia às aulas ao vivo de Dubai (Emirados Árabes Unidos), mesmo estando cinco horas a nossa frente. Ou seja, ela ficava, por iniciativa própria, acordada de madrugada para participar ao vivo das aulas, que aconteciam das 19h às 22h (hora de Brasília). Sem falar de muitos alunos do interior de São Paulo e de muitos Estados brasileiros, que agora podem se matricular nos cursos.

Posso garantir que todos os objetivos de aprendizagem são atingidos nessas aulas à distância. Os alunos aprendem tudo que aprenderiam presencialmente.

Muitas coisas são necessárias para esse sucesso. Primeiramente, os alunos são todos adultos. Portanto, eles estão assistindo aula porque querem, e estão pagando por isso. Eles têm a disciplina para cumprir as exigências do curso.

Além disso, eu tenho o privilégio de ministrar aulas em instituições sérias que se preocupam com a qualidade do ensino. E aqui cito nominalmente a PUC de São Paulo, a Universidade Presbiteriana Mackenzie e a ESPM, onde estou dando aulas nesse período de pandemia. Todas elas proporcionaram o que eu disse acima. Ofereceram a estrutura necessária para a viabilização dos cursos e respeitaram alunos e professores nesse momento de transformação.

Por outro lado, vejo com muita tristeza outras instituições, que não vou citar seus nomes aqui, fazendo mudanças inaceitáveis! Por exemplo, salas de aula que antes tinham 30 alunos agora passam a ter 500! Elas agrupam todas as turmas de uma mesma disciplina, de diferentes campi, às vezes de diferentes cursos, colocando todo mundo em um “saco” só, com um único professor. E daí dispensaram os professores que “sobraram”.

Que atenção esses professores podem dar aos 500 alunos? Que interação pode acontecer nessas aulas?

Há casos de professores que foram demitidos por um pop-up que apareceu em sua tela, quando tentaram entrar na plataforma da universidade para dar uma aula. Há ainda casos de provas dissertativas sendo corrigidas por robôs. A despeito dos avanços da inteligência artificial, qual a garantia que os alunos têm de uma avaliação justa nesses casos?

Que nível de ensino essas instituições estão oferecendo a seus alunos? E que falta de respeito com seus profissionais é essa? Isso é obsceno, e essas escolas deveriam se envergonhar por se dizer instituições de ensino.

A educação é essencial para que o Brasil avance! Muitos dos problemas de nossa sociedade seriam resolvidos se tivéssemos uma população mais bem educada, no sentido amplo da palavra.

A tecnologia é uma ferramenta magnífica para melhorarmos a educação. Mas ela deve ser usada exatamente para isso: para melhorar a educação, e não para piorar a experiência de alunos e de professoras.

Por isso, escolha bem onde você vai estudar. E estude!

Não existe almoço grátis!

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Não olhe agora, mas há um monte de gente querendo enrolar você!

Como diz o ditado, “não existe almoço grátis”. Essa máxima sugere que sempre pagaremos, de alguma forma, por algo que recebermos, mesmo que aparentemente pareça de graça.

Só que, de uma década para cá, um outro conceito ganhou muita força: o “freemium”, um neologismo que combina as palavras em inglês “free” (grátis) e “premium”. Segundo ele, podemos consumir gratuitamente uma versão simplificada de um produto ou serviço. E depois, se gostarmos daquilo, pagamos pela versão completa.

Infelizmente, alguns autoproclamados “gurus” têm juntado e distorcido os dois conceitos para criar uma espécie de estelionato digital.


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O “feemium” ganhou muita força com a popularização dos smartphones e dos modelos de negócios de suas lojas de aplicativos. A maioria desses programas têm uma versão gratuita. Ela remunera o desenvolvedor pela exibição de anúncios, de vendas de recursos adicionais no próprio aplicativo (chamadas de “in-app purchase”) ou pelo modelo “freemium”. Nesse último, se a pessoa gosta da versão gratuita, ela pode comprar a versão premium, com mais recursos, depois.

Ele é diferente da amostra grátis. Nessa última, a pessoa consome o produto de fato, mas recebe apenas uma pequena quantidade sem pagar, para que o experimente. Já no “freemium” o que se consome de graça é uma versão simplificada, reduzida, mas que pode ser usada sem pagar indefinidamente.

Não há absolutamente nada de errado com qualquer um desses modelos.

Entretanto, isso deu origem a uma profunda transformação cultural, em que pessoas decidem viver apenas com o grátis e suas limitações. E, apesar de isso poder limitar o crescimento do indivíduo, pois nunca terá acesso a um serviço completo, ainda não há nada de errado nisso.

O problema surgiu quando espertalhões perceberam que poderiam se valer desse novo comportamento para ganhar clientes facilmente. Criaram fórmulas em que prometem “almoços grátis” para todo mundo, mas entregam apenas pão amanhecido para os que participarem. Enquanto as pessoas mastigam as migalhas, eles vendem o almoço, normalmente um almoço de baixa qualidade, que é o que eles têm a oferecer.

Quem nunca participou de uma live que prometia uma grande revelação, um ensinamento importante para sua vida pessoal ou profissional, mas que, depois de uma, duas horas de fala, o suposto guru não entregou mais que uns 15 minutos de obviedades bem empacotadas, daquelas que você mesmo poderia encontrar em uma pesquisa no Google? Em todo o resto do tempo, ele ficou despejando gatilhos mentais para seduzir a plateia a comprar um curso ou uma mentoria composta por encontros mensais online ao longo de um ano? E essa mentoria não costuma ser nada barata! E não raro continua sendo um apanhado de conteúdos rasteiros, porém bem empacotados.

Essa é uma distorção do conceito do “freemium”. Ele consegue arrancar dinheiro de pessoas que se sentem confortáveis com a versão gratuita, sem entregar nada que, ao final, possa ser chamado de premium.

As redes sociais estão inundadas com esse tipo de vivaldino. E a sociedade perde com ele de diferentes maneiras.

A primeira, mais óbvia, é que pessoas são convencidas a pagar por algo que não entrega o que promete. O segundo é que essas pessoas deixam de se aprimorar pessoal ou profissionalmente, pois consomem esse conteúdo de baixa qualidade, e depois muitas vezes usam tais ideias no seu cotidiano. Por fim, esse enorme barulho feito por essa turma vem “escondendo” profissionais verdadeiramente capacitados, que, por valores éticos mais elevados, não entram nesse “esquema”.

No final, o nível médio da sociedade cai muito!

Usos legítimos

Não quer dizer que o “freemium” não possa ser usado em aulas e palestras abertas para captar clientes. Isso existe e é feito por profissionais bastante sérios e capacitados. Mas existem algumas diferenças entre os “picaretas” e os profissionais, que qualquer um pode identificar para não ser enganado.

A primeira diferença é que o profissional de alto nível não usa esse recurso o tempo todo. Essa não é a sua única forma de captação de clientes e nem é a principal.

Mas principalmente a grande diferença entre um profissional de alto nível e um oportunista é que a aula grátis, a palestra, a live do bom profissional sempre entregarão muito conteúdo de alta qualidade o tempo todo. Qualquer “malho de vendas” ocupará um tempo reduzido do encontro.

Isso é, antes de mais nada, respeito com o público. Ninguém assiste a seja lá o que for para ficar sendo soterrado de propaganda. As pessoas assistem para aprender algo, se entreter, se divertir.

Portanto, se você cair em uma live em que a pessoa fica só você enrolando com pouco conteúdo, obviedades e uma “fala mansa” para se autopromover, corra, porque é uma cilada! Aproveite que foi grátis mesmo e feche a janela do seu navegador. Assim você, no mínimo, economiza seu tempo!

É preciso lembrar ainda que o trabalho de um bom profissional tem valor! Ele estudou e trabalhou muito para chegar onde chegou. Por isso, consegue justamente trazer ensinamentos de alta qualidade, que o diferenciam da mesmice do mercado.

Como tal, merece ser remunerado adequadamente, pois sua entrega trará valor a quem estiver com ele. Existe uma história em torno da Cacilda Becker, umas das melhores atrizes brasileiras, que ilustra bem isso. Quando alguém lhe pedia ingressos grátis para assistir a suas peças, ela dizia: “não me peça para dar de graça a única coisa que tenho para vender.”

Ela estava certíssima! E podia dizer isso, pois assistir a Cacilda Becker era uma experiência memorável.

Portanto, antes de embarcar em mais uma “aventura grátis”, verifique as credenciais de quem está oferecendo aquilo. Veja se a pessoa tem uma formação acadêmica sólida e uma experiência profissional realmente diferenciada. Não caia no “canto da sereia” de quem exibe números exuberantes, mas que nunca construiu nada sólido na vida.

Quando há muita coisa grátis, tudo que é cobrado parece caro, mesmo que seja pouco. Mas pagar por algo pode lhe trazer benefícios que jamais viriam com algo gratuito. E é isso que pode verdadeiramente melhorar a sua vida pessoal e profissional.

Não tem jeito: hoje a vida acontece pelas telas

By | Tecnologia | No Comments

Há muito tempo, debato calorosamente com meus amigos sobre o nosso tempo diante de diferentes telas, como a do celular, a do computador ou a da televisão. Não desgrudamos desses dispositivos, e cada vez mais dependemos deles para quase tudo. Você possivelmente até dorme com um deles a seu lado!

Eu sempre fui um defensor de um uso amplo, mas consciente da tecnologia. Alguns amigos torciam o nariz para isso, e diziam que deveria ser limitado. E uns poucos eram bastante críticos ao crescente espaço que a tecnologia digital ocupava em nossas vidas. Mas aí chegou a pandemia de Covid-19 e o distanciamento social, e tudo mudou! Passamos a depender das telas para vivermos nossas vidas, mesmo no que antes fazíamos sem elas.

Estamos exagerando? Existe um limite saudável para essa exposição??


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Já se vão quatro meses de regras de distanciamento social por causa do Covid-19. Por mais que a economia esteja reabrindo aos poucos, muita coisa já mudou de uma maneira definitiva.

Comportamentos e aprendizados do tempo da pandemia permanecerão além dela. Por exemplo, você conseguiria dizer quanto tempo você ficava diante de uma tela qualquer antes da pandemia e quanto fica agora?

Até o ato de nos encontrarmos com nossos amigos tem acontecido dessa forma. Chamadas em vídeo por WhatsApp, Zoom, Skype, Hangouts se tornaram comuns. Happy hours agora são à distância, cada um bebendo em sua casa, mas com todos conversando animadamente pelo mosaico do Zoom. Até aniversários agora acontecem assim! E paradoxalmente muitas pessoas que não viriam a nossas festas agora comparecem a esses eventos online (até mesmo porque algumas moram em outras cidades ou até em outros países).

Trabalhar em casa também é outro grande exemplo, do qual já debatemos longamente aqui nesse mesmo espaço. Antes da pandemia, a maioria das empresas torcia o nariz para o home office, dizendo que ele não era produtivo. Agora muitas fazem planos para diminuir o tamanho de seus escritórios, pois farão rodízio entre funcionários trabalhando no local e aqueles que ficarão em casa.

Outra coisa que também já debatemos bastante aqui é o estudo online. Com escolas fechadas, os alunos passaram a ter aulas em casa. Se isso é motivo de grande estresse para alguns pais, para alguns alunos do ensino superior, a nova modalidade é vista com bons olhos e até preferível, pelo menos em alguns casos.

As telas invadiram também nossa maneira de nos divertir, de comprar, até de paquerar! Parece que a vida agora cabe naquele retângulo.

Não tivemos opção! Tivemos que nos adaptar na marra em poucas semanas a isso tudo.

Ninguém esperava por isso. Ninguém planejou isso. Foi tudo muito rápido!

Por isso, algumas pessoas e alguns negócios se adaptaram de maneira melhor que outros. Os que se deram bem são aqueles que já usavam mais o meio digital. Para essas pessoas e essas empresas, a coisa apenas se intensificou.

Ou seja, os recursos do meio digital, representados pelas telas, são uma tremenda oportunidade. Não resolve tudo, mas ajuda muito! Precisamos então de planejamento e uso consciente.

O futuro é agora

Estava pensando nesses dias no desenho animado “Os Jetsons”. Muito de suas vidas acontecia por telas. Isso parecia ser algo trivial para eles, inclusive em muito das coisas que estamos vivendo agora. Mas em 1962, quando a animação foi lançada, tudo era ficção científica.

Todos almejavam aquele futuro brilhante. O que tornava aquilo natural é que, aparentemente, tudo havia sido feito com planejamento, em uma sociedade que teve tempo para absorver bem as novidades.

Aí está a diferença entre eles e o que vivemos hoje. E justamente aí está o caminho que devemos buscar. Apesar de tudo isso estar nos sendo imposto, não devemos ser nem deslumbrados diante da tecnologia, nem reacionários ao seu uso.

A tecnologia é só uma ferramenta! Não existe tempo mínimo e tempo máximo para estarmos nas telas: existe bom uso e bom senso!

Temos que aproveitar todos os recursos que ela nos oferece. Mas ainda há muitas coisas que podemos fazer sem ela, mesmo com as restrições impostas: não devemos abandoná-las!

Peguemos, como exemplo, o home office. Será que precisamos passar o dia em videoconferências? Isso está deixando as pessoas exaustas!

Por outro lado, em uma turma atual em um curso meu na PUC-SP, tenho alunos que há muito queriam participar das minhas aulas, mas que não podiam fazer isso antes, pois as aulas eram apenas presenciais, e eles moram em outras cidades. Agora tenho até uma aluna que mora em Dubai, e que fica online das duas às cinco da manhã, no seu horário, três vezes por semana, para assistir às minhas aulas. Nesse caso, a tecnologia viabilizou o acesso à educação par essas pessoas.

Mesmo quando tudo “voltar ao normal”, será que seremos os mesmos?

Talvez ainda demore um tempo para voltarmos a ser como éramos. Na verdade, acho que nunca voltaremos totalmente a ser como antes!

Isso me faz lembrar de um outro vírus: o HIV, que causa a Aids. Ele mudou a nossa maneira de viver o sexo desde os anos 1980 e 1990, com os preservativos se tornando onipresentes. Talvez o Covid-19 mude muito de nossas vidas, que passarão a ser feitas mais à distância, pelas telas.

Sherry Turkle, professora de Estudos Sociais de Ciência e Tecnologia no prestigioso MIT (Massachusetts Institute of Technology) e autora do livro “Alone Together” (algo como “Sozinhos Juntos”, em uma tradução livre), afirma que, à medida que a conexão digital com as pessoas aumenta, nossas vidas emocionais diminuem. Seu argumento é que, apesar de estarmos constantemente nos comunicando com outras pessoas pelas redes sociais, essas trocas acabam não sendo autênticas e nos levam à solidão.

Recentemente, em uma entrevista à CNET, ela disse que agora quando a falta de contatos presenciais nos é imposta, percebemos quanto eles são importantes. E que quando finalmente começarmos a nos encontrar novamente, isso pode ser uma experiência assustadora. Mas, segundo ela, quando superarmos isso, apreciaremos muito mais a presença do outro.

Até lá, devemos usar as telas com inteligência e critério. Sem exageros, mas aproveitando o que de bom nos oferecem.

Devemos também humanizá-las! Dar a elas e ao que fazemos nelas a nossa cara, o nosso jeito. Afinal, parece que elas se tornaram uma extensão de nós mesmos. E algo disso permanecerá depois da pandemia.

O que mais vem da China?

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Nunca se falou tanto da China quanto desde o começo do ano!

Por conta da pandemia de Covid-19, o gigante asiático ganhou um destaque global ainda maior que o que naturalmente já tem. É alvo de todo tipo de teorias da conspiração, por ter sido o país onde o novo coronavírus surgiu, e pela guerra particular contra ele do presidente americano, Donald Trump, que busca a reeleição.

A despeito de tudo isso, a China foi um dos primeiros países do mundo a relaxar as medidas de distanciamento social, que lá foram muito mais severas que aqui. Mas, por isso mesmo, duraram menos de um mês.

Hoje o país é um dos que lideram a corrida por uma vacina contra o vírus. Eles também desenvolveram hábitos e tecnologias que podem ser muito úteis no mundo pós-pandemia, inclusive para nós.

O que os chineses estão fazendo que nós podemos copiar?


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A China é o maior parceiro comercial do Brasil no mundo. O país asiático tomou esta posição dos Estados Unidos em 2009, e não perdeu mais. Segundo o Ministério da Economia, em 2018, o comércio entre China e Brasil foi de US$ 98,6 bilhões, com superávit para o Brasil de US$ 29,2 bilhões.

Já foi o tempo em que a China era um mero reprodutor de versões baratas e de baixa qualidade de produtos ocidentais, os chamados “Xing Ling”. Sim, a China ainda exporta todo tipo de quinquilharias para o mundo todo. Mas o país é hoje dono de uma das indústrias tecnológicas mais pujantes do planeta, em todos os segmentos.!

No mundo pós-pandemia -pelo menos para eles- algumas novidades podem indicar caminhos a ser seguidos por outros países.

Um estudo realizado pela consultoria Inovasia entre 2 de abril e 15 de junho identificou várias dessas inovações.

Um deles é o pagamento digital pelos celulares. Em uma época em que o contato se tornou um fator potencial de contágio, até o cartão de crédito nas mãos de um lojista ou de um entregador é visto com receio por alguns. Portanto os meios digitais de pagamento crescem fortemente e os pagamentos por aproximação do celular estão consolidados lá. Aqui no Brasil, isso ainda está começando.

Os superapps chineses, como WeChat e AliPay, concentram o processo, algo que também está engatinhando aqui, com operações locais. Dessa forma, dinheiro em papel é cada vez mais raro na China, o que é muito bem-vindo, pois as notas sempre foram instrumentos de propagação de doenças, e não só de Covid-19.

Nessa mesma linha, empresas que ofereçam produtos que não exijam contato com o público ganham espaço. Até o mundo do trabalho deve ir por esse caminho, com menos reuniões em salas fechadas. Aliás, trabalho remoto, sempre rejeitado por muitos, se tornou uma possibilidade vantajosa! O mesmo se observa com o ensino à distância. Mesmo com as escolas reabrindo, parte do público preferiu continuar com as aulas online.

A tecnologia é essencial nesse ponto, com a adoção de equipamentos que ajudam em atividades como telemedicina, além de realidade virtual e realidade aumentada.

O varejo de agora em diante

O varejo também se beneficiou da tecnologia. Não apenas pelo crescimento explosivo do e-commerce, mas pela consolidação do chamado shopstreaming. Trata-se de lives em que vendedores ou celebridades apresentam produtos ao vivo, para que os consumidores tirem dúvidas e façam compras na hora.

Segundo o instituto iMedia Research, o “comércio ao vivo” movimentou US$ 63 bilhões na China, em 2019. Com a pandemia, este número deve saltar para US$ 135 bilhões em 2020.

A Inovasia aponta uma coisa interessante nisso: o apresentador não deve ser uma celebridade qualquer, paga para só “puxar o saco” da marca! O que realmente funciona é um influenciador que seja um especialista no produto, que pode falar com propriedade sobre ele. A agência de comunicação Dentsu Aegis Network indicou que mais de 90% dos gestores aumentarão seu investimento em influenciadores digitais, e 80% melhorarão sua infraestrutura de e-commerce.

Outra tendência ligada ao varejo é a entrega em menos de uma hora. Isso já existe na China há uns cinco anos, mas ficou muito mais importante agora. A consultoria britânica Real Capital Analytics indica que imóveis em bairros de Pequim, Xangai e Shenzhen que são atendidas por supermercados que entregam em até 30 minutos tiveram valorização média de 10% só por essa facilidade.

Outra tendência chinesa ligada ao varejo que se vê timidamente por aqui é a preferência pelo comércio local. Com um consumo mais consciente, as pessoas procuram comprar de pequenos varejistas do próprio bairro, como uma maneira de ajudá-los. Além disso, a Inovasia identificou um crescimento por marcas nacionais, em detrimento de produtos importados.

A alimentação dos chineses também ficou mais saudável. Alimentos frescos estão sendo mais buscados, em detrimento dos congelados. As pessoas também estão cozinhando mais em casa, outra coisa que se observa no Brasil.

Os chineses também estão se exercitando mais, porém não em academias, por serem locais fechados. Cresceu a compra de produtos para atividades físicas na residência.

Do ponto de vista de mobilidade, assim como no Brasil, a venda de carros desabou por lá durante a pandemia: 89% de queda! Mas, com a retomada das atividades, muitas pessoas voltaram a comprar carros. O motivo é não querer usar o transporte público, um foco de contágio.

Além das onipresentes bicicletas, quando o carro se faz necessário, os chineses estão preferindo os veículos LSV, ou Low Speed Vehicles. São carrinhos parecidos aos de campos de golfe, totalmente elétricos, conectados e que se movem a, no máximo, 40 km/h. A sua autonomia varia entre 40 km e 90 km e seu tempo de carregamento é de apenas três horas.

Assim como aconteceu no Brasil, a China experimentou uma explosão de “fake news” durante a pandemia, disseminadas principalmente por redes sociais. E, assim como aconteceu no Brasil, os veículos de comunicação tradicionais emergiram como fontes confiáveis para combater a desinformação. Os mais jovens tiveram um papel interessante nisso, ajudando parentes e amigos mais velhos a separar as notícias falsas de material produzidos por veículos sérios.

Precisamos melhorar muito nisso aqui no país.

Não tem volta!

É interessante observar que essas mudanças vieram para ficar, mesmo entre os “late adopters”. Segundo a consultoria chinesa ChoZan, esse público é, em geral, formado por homens acima de 50 anos, com pouca intimidade com smartphones e que têm medo de sofrer golpes online. O mesmo raciocínio se aplica a empresas que, por questões culturais, não sentiam a necessidade de oferecerem seus produtos digitalmente.

A pandemia forçou todos a mudar de postura. E o fim da crise sanitária no país não fez o comportamento dos “late adopters” retornar ao estágio pré-Covid. O motivo principal para a mudança de postura é que seus temores não se concretizaram: a coisa “deu certo”! No caso das empresas, houve aumento de receita em 87% dos casos. O consumo, aliás, voltou com força após o isolamento, porém mais consciente, incluindo evitar dívidas de longo prazo.

Como se pode ver, a China pós-pandemia traz caminhos interessantes, que podem nos ajudar também. Cabe a nós aproveitar essas ideias da melhor maneira possível.

Vale lembrar que se trata de um país em que as liberdades individuais são restritas e que a arapongagem é algo comum e até aceita. Por exemplo, todo cidadão é obrigado a informar, em um aplicativo, viagens intermunicipais e sintomas de saúde às autoridades. O sistema, que roda nos superapps WeChat e no AliPay, confere classificações verde, amarelo e vermelho a cada cidadão, determinando seu grau de liberdade de circulação.

Fica a questão se queremos fazer algo assim por aqui. O histórico do governo brasileiro de proteção aos próprios cidadãos não anda muito favorável. Devemos estar atentos para que o governo brasileiro não passe dos limites.

Temos muito que aprender com os chineses! Vamos então adotar as coisas positivas que vêm de lá. E aprender o que não fazer com o que não é legal.

Quer trabalho? Volte à escola!

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Com o avanço do coronavírus, cada vez mais empresas estão adotando o home office e escolas estão suspendendo suas aulas para evitar o contato social, em uma tentativa de conter o contágio. Mas, a despeito de praias lotadas nesse domingo, não são férias!

Muita gente se depara com um novo tempo livre, nem que seja por escapar das horas no trânsito. Cada um encontra o que fazer com isso.

Que tal voltar a estudar?


Saiba mais sobre esse assunto no vídeo abaixo:


Seguindo o IBGE, 2019 terminou com 11,6 milhões de desempregados no Brasil, apenas 300 mil a menos que no ano anterior. Além deles, havia 4,6 milhões de desalentados, pessoas que simplesmente desistiram de procurar emprego depois de muito tentar. A situação só não é mais dramática porque a informalidade ajudou: são 38,4 milhões de brasileiros nessa situação, que representa empregos de baixa qualidade.

Se já não bastasse isso, há o temor de que seu emprego desapareça porque a função terá sido substituída por um robô. E não se engane: o que puder ser automatizado será! Aliás, isso já está acontecendo.

Precisamos aprender coisas que ainda não sabemos! Temos que conviver com as pessoas de uma maneira mais colaborativa, empática, construtiva, observar o mundo com outros olhos! Até porque, dessa forma, nós mesmos poderemos criar novos trabalhos.

Por exemplo, da lista das 15 profissões em alta no Brasil em 2020, segundo o LinkedIn, dois terços delas simplesmente não existiam há apenas uma década. Em quantas delas você poderia atuar? Quantas dessas você sabe o que é?!?!

A boa notícia é que dá para entrar em muitas delas com um pouco mais de estudo a partir de muitas “profissões convencionais”. Talvez muitas deles você já tenha.

Mas, de novo, precisamos de pessoas capacitadas para essa tarefa. Uma boa faculdade e falar inglês já não resolvem. E, à medida que o tempo passa, mais dramática a “obsolescência profissional” fica.

Mas então o que estudar? E onde?

Nessas horas, uma instituição de ensino e profissionais de grande reputação fazem uma enorme diferença. Quanto aos formatos, temos para todos os gostos. Cada um deles tem suas características, vantagens e desvantagens.

Por exemplo, mestrados e doutorados são as melhores opções para quem busca criar algo novo, desenvolver uma visão refinada de sua área de conhecimento. Infelizmente, são longos e caros, duas coisas que afastam muita gente. O que é uma pena, pois são cursos incríveis, para formar profissionais realmente diferenciados!

A seguir, vêm as especializações e os MBAs, que criam um profissional com capacidades analíticas ampliadas no seu segmento. Por isso, são muito valorizados pelo mercado. Mas também duram de um a dois anos.

Para quem não tem tanto tempo ou dinheiro para investir, há excelentes opções em cursos livres e cursos de extensão. Hoje encontramos cursos muito consistentes de dez horas, por exemplo! Eles ensinam uma coisa pontual, claro. São ótimos para incrementar alguma habilidade ou, talvez, suprir uma deficiência. Cursos de extensão, um pouco mais longos, de 30 a 40 horas, permitem uma visão mais ampla de um tema específico, com conteúdos atualizados e de aplicação imediata no cotidiano profissional. Permitem ainda que os alunos, que já são profissionais, façam um ótimo networking. Isso traz vários ganhos, especialmente para aqueles com mais tempo de carreira, que têm contato com “conteúdos frescos”.

Há, por fim, as mentorias, que podem ser feitas em grupos de profissionais ou de maneira individual. O mentor é um profissional de reconhecida experiência que ajuda a outros a se desenvolver e atingir um novo patamar. Uma vantagem importante é que o serviço é bem personalizado.

Portanto, por mais paradoxal que pareça, se você deseja garantir seu trabalho hoje e no futuro, pare de pensar no emprego e comece a pensar em você!

Ninguém está seguro! No primeiro momento em que a empresa achar que suas habilidades já não são mais suficientes ou seu cargo ficou anacrônico, será dispensado!

Além disso, sem querer fazer um trocadilho infame, um “pé na bunda” no trabalho pode ser o pontapé inicial para você criar uma nova carreira, muito melhor para você. Mas, só se você estiver bem preparado!

Com a crise do coronavírus, muitas escolas estão interrompendo suas aulas. Aproveite esse tempo para pesquisar os cursos que mais lhe atendem! As restrições a circulação logo vão diminuir. Esteja com sua matrícula feita quando isso acontecer!

Além disso, esse pode ser um ótimo período para fazer, por exemplo, mentorias, que podem ser presenciais ou online. Não há nenhuma restrição a isso! Aproveite as horas diárias que você ganhou do trânsito para desenvolver novas habilidades.

Precisamos assumir o protagonismo de nossas vidas! Temos que querer melhorar, por nós mesmos e por quem está a nossa volta.

E aí, vamos à escola?

O pacto brasileiro pela mediocridade

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A atual campanha de um dos mais tradicionais fabricantes de chocolates do país é assustadora: ela premia quem reprova em disciplinas na faculdade! Como diz seu slogan, “bombou, ganhou!”

Normalmente os prêmios vão para quem tem desempenho superior em algo, não insuficiente. Essa iniciativa resolveu ir em sentido contrário. O mais triste é que ela não causa o problema: é mais um sintoma dele!


Saiba mais sobre esse assunto no vídeo abaixo:


A proposta da campanha é “lutar contra os vilões que te impedem de curtir com seus amigos. E, para começar o ano, escolhemos a reprovação na faculdade como vilã”.

É verdade que pesquisas indicam que um dos motivos que faz as pessoas mais irem para a escola são os amigos, especialmente as crianças. Apesar de isso ser importante para o desenvolvimento infantil, não é a principal função da escola. E certamente não é –ou não deveria ser– o principal motivo de alguém ir para a faculdade.

Mas me chamou muito a atenção chamar a reprovação de “vilã”.

Oras! O “vilão que te impedem de curtir com seus amigos” não é a reprovação. É uma política educacional medíocre, cuja raiz está no sucateamento do ensino desde a ditadura militar, que vem piorando ininterruptamente desde então e que atingiu seu clímax agora.

É uma política educacional que muda a cada governo que assume, eliminando tudo que foi feito antes, seja bom ou ruim, acabando com qualquer chance de consistência pedagógica. É uma política que desestimula, humilha e agora até persegue os professores, que prioriza números ao invés de aprendizagem ou a formação de cidadãos mais alinhados com o mundo em que vivemos.

Talvez a campanha quisesse ser “divertidinha”. Mas isso não pode ser motivo para fazer piada. Nada justifica premiar um desempenho insuficiente. Isso promove a mediocridade, em um país que cada vez menos se busca a excelência acadêmica e em outras áreas.

Isso está em linha com um país que desmoraliza a ciência e joga contra a educação. A piora nessas áreas nos afasta cada vez mais dos países desenvolvidos. Nunca ocuparemos um lugar de protagonismo no mundo fazendo isso. Sempre seremos uma república de bananas! Basta ver métricas importantes, em que continuamos dando vexame e caindo.

No dia 23 de janeiro, por exemplo, o Brasil piorou no relatório de percepção de corrupção da Transparência Internacional, amargando a 106ª posição de um total de 180 países. No dia 3 de dezembro, a OCDE divulgou os resultados do Pisa mais recente, avaliação internacional sobre educação, e o Brasil manteve seu histórico vexatório: ficamos entre os 20% piores países do mundo. No dia 24 de julho, caímos duas posições no Índice Global de Inovação, realizada pela Universidade Cornell, pelo Instituto Europeu de Administração de Empresas e pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual: ficamos na 66ª posição, entre 129 países. E hoje somos a 9ª economia do mundo (pelo tamanho do nossos mercado), mas já fomos a 6ª, há apenas uma década.

Todos esses números, por si só, são motivo de grande vergonha. Todos eles estão interligados. Mas nenhum deles é uma surpresa.

Para revertermos esses indicadores, e tantos outros que vamos mal, temos que investir em uma educação de qualidade e que seja verdadeiramente para todos. Uma educação que promova a excelência acadêmica e também habilidades como respeito a diferenças, tolerância e trabalho em equipe.

Há pelo menos 15 anos folclorizamos a educação deficiente, como se a formação acadêmica fosse algo dispensável. Que bastaria ter vontade, ser espontâneo, fazer “o certo” para se dar bem na vida. Em resumo, que estudar é um tanto dispensável, desnecessário. Junto ao jeitinho brasileiro, criamos um outro câncer social no país: a figura do “bom ignorante”.

Haja chocolate para “curar” isso tudo!


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Crise no trabalho começo com nosso vexame na educação

By | Educação | No Comments

Na terça passada, a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgou os resultados do Pisa, avaliação internacional sobre educação. O Brasil manteve seu histórico vexatório: ficamos entre os 20% piores países do mundo.

Não sei o que é pior: nosso já tradicional desempenho pífio ou a completa falta de perspectiva de melhora, diante da ausência de uma liderança minimamente qualificada no governo para o tema. A situação fica ainda mais dramática porque o Brasil forma cidadãos e profissionais deficientes não apenas em conteúdos acadêmicos, mas também em habilidades cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho, como resiliência, empatia, trabalho em equipe e capacidade de viver construtivamente com quem pensa de maneira diferente de si.

Portanto, a crise no mercado de trabalho começa com a crise na nossa educação. O mundo se transforma a passos largos, exigindo pessoas capazes de se reinventar continuamente. Mas, para isso, elas precisam de uma sólida educação. Sem isso, engrossaremos as filas de desemprego não apenas pela crise econômica, mas também por estarmos sendo substituídos por robôs.

A educação é de todos, e esse problema precisa ser resolvido com a participação de toda a sociedade. O dilema tem solução, mas exige seriedade e muito trabalho. Veja o que precisa ser feito no vídeo abaixo. E depois compartilhe suas opiniões nos comentários.



Veja o estudo sobre o resultado brasileiro no Pisa 2015, feito por pesquisadores da USP e do Insper. É só clicar em https://www.insper.edu.br/wp-content/uploads/2018/08/Por-que-Brasil-vai-mal-PISA-Analise-Determinantes-Desempenho.pdf


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Silvia de Paula e Danielle Vieira, que vêm a São Paulo estudar toda semana, a partir de Marília e de Bragança Paulista, respectivamente - Foto: Paulo Silvestre

Longe é um lugar que não existe para quem quer crescer

By | Educação | No Comments

Até onde você vai para ser uma pessoa e um profissional melhor? Não me refiro apenas ao sentido moral, de disposição, mas também literalmente a que distância você topa percorrer.

Que tal 200 quilômetros toda semana? E 900 quilômetros?

Esses números não foram escolhidos aleatoriamente.

Como palestrante e como professor há uma década, vejo, com tristeza, uma certa acomodação de muita gente que que não topa nem ir de um bairro para outro para assistir a um curso ou a uma palestra, mesmo gratuitas. E isso é uma pena! Pois não existe almoço grátis: quem quiser ser manter com destaque na sua profissão não pode mais se dar ao luxo de ficar parado.



Nem tudo está perdido, felizmente! Apesar da “letargia média do cidadão comum”, posso dizer, com muita alegria e orgulho, que sempre tenho alunos de diversos bairros e até de outras cidades da Grande São Paulo nos meus diferentes cursos de pós-graduação.

De vez em quando, aparece alguém de mais longe ainda. Nesse semestre, em uma mesma turma do curso de Comunicação digital: muito além do óbvio, tenho a alegria de ter na turma Danielle Vieira, 30, e Silvia de Paula, 54. A primeira viaja 100 quilômetros de ida e outro tanto de volta de Bragança Paulista até a PUC-SP; a segunda, vai e vem 450 quilômetros de Marília até a PUC-SP.

É interessante observar ainda o caso da Danielle, que é psicóloga, e atende em seu consultório em Bragança. Apesar disso, veio até São Paulo atrás de um curso de comunicação digital, pois as redes sociais são importantíssimas para sua carreira, inclusive para captar novos clientes. Mas não é só isso. “Uma coisa é você se especializar na sua área, a outra é você ir para comunicação digital, que está em todas as áreas”, explica. “A comunicação digital transcende um campo específico, como o jornalismo, a publicidade: está em tudo!”

De fato, como eu costumo dizer, conhecimento nunca é demais, não ocupa espaço e sempre nos permite construir muito além dos limites que, em algumas ocasiões, até nos são impostos. E os bons profissionais nunca param de aprender.

“As pessoas já perguntaram para mim: ‘por que você acha que tem que fazer uma extensão na PUC, se, no mercado aqui em Marília, dá para contar nos dedos quantas empresas de mídia existem?’”, diz a jornalista Silvia, que hoje trabalha com jornalismo impresso e assessoria. “É porque hoje o mundo não é Marília. Eu não preciso estar no jornal, eu não preciso estar na TV: eu posso ser a minha própria mídia”, responde.

Mercado em constante mudança

Tanto Silvia quanto Danielle não concordam que alguém se contente apenas com a faculdade. “A graduação é só um embasamento que te dão. Você não pode dizer ‘com essa formação acadêmica, eu vou atuar muito bem no mercado’”, afirma Silvia. “Não, o mercado te engole!”

Danielle é categórica: “não dá para ficar só na graduação, impossível!” Para ela, “as pessoas terminam a graduação sem saber quase nada”. E conclui que, “se você parar na graduação, você para no tempo!”

“Uma coisa que eu vejo no interior –e eu falo com muita gente– é que as pessoas param na graduação”, segundo suas observações em sua cidade. “Não sei se só por preguiça ou porque a gente tem mesmo pouca oferta da pós-graduação.” Por isso, Danielle procurou ativamente o curso que cumpria suas expectativas: “não foi o anúncio que me atingiu na rede social.”

A distância definitivamente não é um problema para nenhuma das duas, que tiveram que remanejar seus compromissos profissionais e pessoais, para ter as terças livres para comparecer às aulas. O que as motiva é a busca pelo conhecimento que lhes interessa, esteja onde estiver.

“No interior, a gente não tem esses cursos”, explica Silvia. “Mídia social, em Marília não tem, e eu queria fazer mídia social! Então por que não vir para São Paulo?” Ela conta que pega o ônibus todos as terças às dez da manhã, e vem trabalhando na estrada. “Na volta, durmo no ônibus.”

As discussões sobre o futuro do trabalho ficam cada vez mais intensas nas mídias e nas redes sociais, especialmente no LinkedIn. Como sempre digo, esse debate está totalmente ligado ao do futuro da educação.

Os fatalistas dizem que a tecnologia, especialmente a combinação de inteligência artificial com Internet das Coisas e robótica, acabará com profissões inteiras. Isso é verdade, já está acontecendo e tende a piorar! Os otimistas dizem, por sua vez, que esse excedente de mão de obra será reaproveitado em tarefas mais nobres.

Bem, não é bem assim. Isso só acontecerá se essas pessoas tiverem uma excelente formação, que lhes permita se apropriar desse novo cenário profissional e sejam capazes de executar as novas tarefas. Além disso, apenas indivíduos com disposição de continuar sempre aprendendo poderão fazer parte desse novo grupo de elite profissional.

Isso não é só algo que deve preocupar os profissionais, pois impactará diretamente as empresas e toda a sociedade. Para Silvia, “o fato de a pessoa falar que já tem seu ‘cartucho’, que é graduada, já é formada é um problema social para ela e para o Brasil”.

E você, até onde vai para aprender mais e crescer?


E aí? Vamos participar do debate? Role até o fim da página e deixe seu comentário. Essa troca é fundamental para a sociedade.


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Feliz Dia do Professor? Temos que falar sobre isso!

By | Educação | No Comments

Sempre admirei a profissão dos meus pais. Aos 14 anos, escrevi uma poesia, enaltecendo-a como a mais importante de todas, pois formava os demais profissionais.

Aos 18, ainda na faculdade de Engenharia, fui impactado pelo Mr. Keating, do filme “Sociedade dos Poetas Mortos”, interpretado pelo inesquecível Robin Williams (na foto). Decidi ali que, em algum momento, também seria professor. E as minhas aulas seriam daquele jeito, com muito conteúdo, inspiração e diversão.

Realizo esse sonho desde 2005, cada vez mais. Hoje leciono em seis turmas de pós-graduação de diferentes cursos da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da PUC-SP, além de integrar cursos da Universidade Metodista de São Paulo, ESPM, e, em breve, Belas Artes. E ainda sobra tempo para aulas esporádicas em grandes escolas, como a Digital House, o Senac e a Damásio Educacional.

As pessoas me perguntam como consigo encaixar tudo isso na agenda, ainda mais porque não é a minha única atividade profissional. Simples: amo o que faço! É a minha maneira de contribuir para uma sociedade melhor, nem que seja com um aluno de cada vez.

Nos países mais desenvolvidos, o professor sempre é figura de destaque na sociedade. Infelizmente, no Brasil, nunca foi valorizado e, de uns tempos para cá, tornou-se quase um perseguido político, por governos que preferem a ignorância como ferramenta de manipulação.

Fico triste ao ver uma parcela da população defendendo um pensamento único nas escolas (o seu pensamento), em detrimento de todos os demais. Profissionais bem preparados e cidadãos conscientes só surgem quando eles são expostos a diferentes ideias e pensamentos, mesmo os que contrariam os de sua origem. Sempre tive a felicidade de ter professores que me mostraram tudo isso e, graças a eles, hoje vejo o mundo com todas as suas cores, e não apenas com um cinza inexpressivo e castrador. E, assim, posso passar um pouco do que sei aos meus alunos, com ética e liberdade.

Nunca seremos um país digno, sério e grande enquanto essa situação do professor não mudar. E as perspectivas infelizmente não são boas.

Portanto, hoje, aplaudo os colegas que resistem nesse ofício tão nobre e essencial. Eduquem e criem mentes livres! E você, o que acha?

Por que o Brasil perdeu duas posições no Índice Global de Inovação

By | Educação | No Comments

Caramba! O Brasil caiu duas posições no Índice Global de Inovação. Por que!

Já estávamos em uma posição ruim: fomos da 64ª em 2018 para a 66ª, entre 129 países. Não lideramos nem na América Latina: ficamos atrás do Chile (51), Costa Rica (55), México (56) e Uruguai (62).

No topo, estão Suíça, Suécia, EUA, Países Baixos e Reino Unido. A lista é publicada anualmente pela Universidade Cornell, pelo Instituto Europeu de Administração de Empresas e pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual.

Isso é um tremendo pepino para o país. Mas, apesar de ser chato, não chega a ser uma surpresa.

Essa queda acompanha outras listas onde vamos sendo ultrapassados, como o tamanho da economia (somos a 9ª, mas já fomos a 6ª), produtividade empresarial e indicadores sociais, como a educação.

Ela, aliás, está na raiz disso tudo, mas não pode levar toda a culpa. Há questões culturais do brasileiro a serem resolvidas, um ambiente hostil aos negócios e entraves legais.

Para ajudar a responder essas questões, nesta quarta, conversei sobre o tema com Roberto Meir, especialista internacional em relações de consumo e varejo e CEO do Grupo Padrão, durante o Whow! Festival de Inovação, que acontece em São Paulo. Você pode assistir à conversa na íntegra(16’20”) no canal do Whow! Festival de Inovação no YouTube, em https://www.youtube.com/watch?v=IGXpuKRoyqk

Acompanhe os insights no vídeo abaixo. E depois conte para nós como a sua empresa inova.


Videodebate: o que estudar para ter trabalho

By | Educação | No Comments

Em tempos de crise brava e desemprego em alta como estamos vivendo, cada um busca a sua maneira para se manter relevante e garantir o seu lugar ao sol.

Nesse cenário, uma das melhores maneiras de aumentar a tal da empregabilidade é voltar aos bancos escolares para adquirir novas competências, se reciclar, pois todas as profissões vêm sofrendo profundas mudanças graças à tecnologia digital. Então, confiar seu futuro apenas no que aprendeu na faculdade não é mais possível.

Mas o que estudar então? Hoje temos cursos para todos os gostos e todos os bolsos. Cada um deles lhe oferece benefícios particulares. Veja no meu vídeo abaixo as vantagens e desvantagens de cada um, para tomar uma decisão mais acertada. E depois vamos debater aqui nos comentários sobre o assunto. Aproveite e compartilhe com todos as suas experiências.


O ex-presidente dos EUA Barack Obama destacou a importância da educação e dos professores no primeiro dia do VTEX Day, que está acontecendo em São Paulo - Foto: Everton Rosa

Por que a educação importa?

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No VTEX Day, que aconteceu em São Paulo nos dias 30 e 31 de maio, Barack Obama foi categórico na importância do ensino. “O poder do professor de inspirar confiança em uma criança é um dos maiores presentes que lhe podemos oferecer”, disse o ex-presidente dos EUA.

Apesar de ser o maior evento de inovação digital da América Latina, o que mais se falou no seu primeiro dia foi sobre educação, com várias homenagens a professores.

Alessandra Hypolito, head do VTEX Day (veja a entrevista abaixo), explicou que o evento destaca o país na transformação digital. “O Brasil tem capacidade e tem estrutura para ser protagonista. E isso só acontece por meio da educação”, disse a executiva. “O principal responsável por isso é o professor.”

“A falha do nosso sistema educacional é não ensinar as nossas crianças o que é importante”, cravou Obama. Segundo ele, “o Brasil tem tanta gente jovem boa que poderia fazer coisas incríveis, se lhe fosse dada a oportunidade”.

É claro que o governo tem um papel essencial para termos uma educação de qualidade, mas esse não pode ser um debate que assistamos de fora. Todos precisam se envolver, unindo-se à escola e apoiando os professores. Sem isso, o Brasil jamais atingirá esse protagonismo.



O 44º presidente dos Estados Unidos foi o destaque do evento. Obama abriu sua participação afirmando que, para ter sucesso, é preciso ter “sorte”. “Sorte de ter as pessoas certas ao seu lado e de poder trabalhar muito”, explicou.

“Para ter sucesso, você precisa tentar coisas diferentes. Mesmo que isso não dê certo, pois nós aprendemos com nossas falhas.” Para ele, a chance aumenta se tiver com você um grupo de pessoas diversificado em gênero, raça, orientação sexual. “Tenha certeza que você tem pessoas que tragam diferentes perspectivas para a mesa”, acrescentou.


Diversidade gera lucros para empresas e satisfação para pessoas

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Você já pensou por que existem tão poucas mulheres no mercado de tecnologia? Longe de ser apenas uma estatística, isso vem de valores arraigados em nossa cultura e da falta de modelos femininos nessa indústria. De alguns anos para cá, várias iniciativas procuram reverter essa situação e promover a diversidade e inclusão nas empresas, não apenas de gênero, mas também étnica, de orientação sexual e de pessoas com necessidades especiais. Além de gerar inestimáveis ganhos sociais, elas também trazem muitos ganhos para as empresas.

Segundo o estudo “A diversidade como alavanca de performance”, publicado pela consultoria americana McKinsey, empresas com mais diversidade de gênero em cargos executivos têm 21% mais chance de ter lucros acima da média que as que apresentam pouca diversidade. No caso de diversidade étnica, isso é ainda mais aparente: 33%.

Há alguns dias, tive uma conversa inspiradora sobre isso com Judith Michelle Williams, líder global de diversidade da SAP, que estava no Brasil. A íntegra da conversa em vídeo (7’ 18’’) pode ser vista abaixo.


Vídeo relacionado:


“Quando uma organização é capaz de ter essa diversidade e essa inclusão, isso aumenta o engajamento de seus funcionários”, explica Williams. “Isso leva a uma maior inovação, pois você tem diferentes fontes de ideias, você tem pessoas com culturas diferentes.”

Ironicamente, o primeiro programa de computador da história foi escrito por uma mulher: Ada Lovelace criou em 1842 o algoritmo para a máquina analítica de Charles Babbage. Mas hoje faltam modelos para que as meninas se inspirem para abraçar essas carreiras.

“Mulheres e meninas continuam extremamente sub-representadas. Os estereótipos de gênero, a falta de modelos visíveis e as políticas e ambientes sem apoio ou mesmo hostis podem impedi-las de seguir essas carreiras”, disse António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, em sua mensagem oficial no dia 11 de fevereiro passado, Dia Internacional para Mulheres e Meninas na Ciência.

“Ter quem mostre que é possível para uma mulher liderar uma companhia de tecnologia, desenvolver software e crescer em uma carreira de tecnologia é muito bom. Precisamos encorajar mais meninas a abraçar as exatas e estudar ciência e tecnologia”, afirma Williams, que, antes de liderar a diversidade na SAP, cuidou desse tema no Dropbox e no Google.

Diversidade e inclusão

Mas a diversidade sozinha não é suficiente. As empresas precisam fazer seus funcionários se sentirem incluídos, podendo demonstrar quem eles são.

“Nós não queremos que nenhum de nossos funcionários LGBT+ sintam como se não pudessem falar sobre sua vida familiar, não pudessem falar sobre seus parceiros”, explica a executiva da SAP. “É muito importante ter essa inclusão: as pessoas sentem que elas podem vir trabalhar e ser o seu melhor.”

As empresas precisam investir no treinamento de suas equipes para chegar lá. Segundo artigo publicado na revista Forbes, as dificuldades de inclusão derivam principalmente da nossa inabilidade de reconhecer e valorizar pontos de vista diferentes. A autora Phyllis Wright, vice-presidente sênior da VRM Mortgage Services, cita estudos que demonstram que 80% do que usamos para nossas conclusões vêm do que já sabemos, e apenas 20% de estímulos externos. Portanto, um treinamento eficiente pode “melhorar” os conceitos em nosso cérebro e treinar nossos olhos para a questão da diversidade a nossa volta.

Lembro-me de ter lido o livro “Círculo da Inovação”, do guru da administração Tom Peters, há uns 30 anos. Mas uma passagem me marcou muito: a que ele dizia que a gerência da maioria das empresas é composta por “homens brancos de meia idade vestindo calças de poliéster”. O problema disso, segundo ele, é que todos aqueles gerentes pensam da mesma forma, o que seria péssimo para o negócio e para seus produtos.

Ele já via a importância da diversidade, tão em moda hoje, há três décadas! Afinal, se você tem dez “chefes” que pensam exatamente igual, você só precisa de um! O que faz um negócio realmente prosperar é ter pessoas diferentes trocando suas experiências para atender clientes que também são diversos.

E então: como está a sua companhia nisso tudo?


E aí? Vamos participar do debate? Role até o fim da página e deixe seu comentário. Essa troca é fundamental para a sociedade.


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Videodebate: o governo está de olho em você!

By | Tecnologia | No Comments

O que vale mais para você: sua segurança ou sua privacidade?

Você abriria mão dessa última para se sentir mais seguro? Muita gente diria que sim.

Vivemos uma realidade em que, cada vez mais, câmeras nos observam o tempo todo, em todo lugar. Na liderança mundial, a China já tem 200 milhões delas!

E se isso fosse imposto a você, e talvez você nem soubesse? E mais: e se esse controle começasse a comprometer o seu direito de viver sua vida como acha melhor? Ainda é um preço a se pagar por mais segurança?

O presente começa a se parecer com o mundo sombrio descrito pelo livro “1984”, de George Orwell, em que todos são doutrinados a ter um pensamento único e são controlados pelo governo por câmeras. A diferença é que agora, além das câmeras, há ainda a inteligência artificial nos vigiando.

Dá para ter segurança sem que sejamos manipulados? Veja a resposta no meu vídeo abaixo. E depois vamos debater sobre isso aqui nos comentários.



Videodebate: como calar um jornalista no Brasil

By | Jornalismo | No Comments

Quer saber como destruir um país? Destrua sua imprensa primeiro!

Ou você acha que ela não passa de um bando de “vendidos”, que só pensam em seus interesses?

Nesses tempos sombrios, em que a intolerância destrói relacionamentos de longa data e a verdade foi trocada pela versão, a imprensa nunca foi tão importante! Ironicamente, nunca esteve tão ameaçada! E isso afeta todos nós!

Na semana passada, por exemplo, dois veículos foram censurados pelo STF. Na mesma semana, a organização Repórteres sem Fronteiras publicou seu Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa. O Brasil amarga uma vergonhosa 105ª posição, entre 180 países.

Noruega, Finlândia e Suécia são os com mais liberdade de imprensa. Sugestivamente, também encabeçam as listas dos países com melhor qualidade de vida, melhor educação e com as pessoas mais felizes do mundo.

Não é coincidência! Tudo está intimamente ligado!

Todos nós temos um papel essencial para melhorar a péssima situação em que o Brasil se encontra nesses indicadores. Sabe como? Veja no meu vídeo abaixo. E depois vamos debater aqui nos comentários.