Enem

Temos que falar mais sobre como somos dominados alegremente pelo marketing digital

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O personagem Neo, do filme Matrix, acorda da ilusão criada pelas máquinas para roubar sua energia sem que perceba - Foto: reprodução

O personagem Neo, do filme Matrix, acorda da ilusão criada pelas máquinas para roubar sua energia sem que perceba

Já virou lugar-comum dizer que o consumidor hoje tem muita escolha. Graças aos meios digitais, podemos encontrar quem nos forneça o que precisamos de uma maneira cada vez mais alinhada aos nossos gostos. Parte disso acontece graças ao facílimo acesso que temos a todo tipo de informação e ao contato com pessoas com gostos semelhantes aos nossos. Essa liberdade de escolha transformou a maneira de como consumimos todo tipo de produto ou serviço, e tem feito as empresas se reinventarem, sob o risco de serem substituídas por concorrentes que conhecem e, por isso, atendem melhor seu público.

Mas será que nossas escolhas são mesmo livres? Ou vivemos dentro de uma bem arquitetada fantasia de que temos o controle de nossas vidas, quando, na prática, somos cada vez mais manipulados para o benefício de poderosos?

Nesse caso, qualquer semelhança com a trama do filme Matrix (1999), em que humanos eram mantidos em uma ilusão enquanto alimentavam uma monstruosa máquina com a energia de seus corpos, não seria mera coincidência.

Não estou pintando um cenário apocalíptico, de máquinas versus humanos ou de empresas subjugando seus consumidores. Quem me acompanha, aqui na rede ou fora dela, sabe que sou um grande entusiasta do uso da tecnologia digital para ampliar as capacidades humanas. Entretanto, para conseguirmos isso, temos que ter consciência do que está acontecendo a nossa volta, para que nos apropriemos desses recursos, ao invés de sermos controlados por eles.


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Esse assunto está tão pulverizado em nossas vidas, que foi tema da redação do ENEM desse ano, realizado há alguns dias: os alunos deveriam dissertar sobre “manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”.

Como sugeriam os textos no enunciado da redação, esse controle passaria pelos infames “algoritmos de relevância”. Tratam-se de sistemas que rastreiam continuamente tudo que é publicado na rede e também tudo o que fazemos nela. O objetivo é bastante simples: esses programas são responsáveis por nos mostrar, nos serviços digitais que usamos, conteúdos que sejam interessantes para nós. E isso não vale só para redes sociais: eles “filtram” aquilo que consumimos no noticiário, as respostas dos buscadores, serviços de música, fotos que apreciamos, produtos que compramos e até as pessoas com quem nos relacionamos!

Decidir o que é o mais relevante para cada um entre bilhões de usuários, por outro lado, é uma tarefa extremamente complexa, que envolve o cruzamento de uma infinidade de variáveis e um monitoramento contínuo e cada vez mais amplo e profundo de tudo que fazemos, de uma maneira que chega a ser assustadora. Dessa forma, muitas das empresas que prestam esse serviço, como Facebook, Google, Apple e Amazon conhecem nossos gostos com um detalhamento que, se duvidar, nem nós mesmos temos! Por isso, em muitos casos, são até mesmo capazes de antecipar nossos desejos.

É aí que a coisa começa a ficar complicada.

 

“Me engana, que eu gosto!”

Os algoritmos não entram no mérito se o que nos empurram é bom ou ruim. Eles nos apresentam apenas aquilo que consideram “relevante” (daí seu nome), ou seja, aquilo sobre o que as pessoas ou as marcas com quem nos relacionamos estão falando, usando, comprando. Enfim, aquilo que está gerando “movimento nas redes”. Logo, quanto mais somos parecidos a um grupo (segundo o sistema) e quanto mais um determinado tema está sendo debatido por ele, maior a chance de aquilo nos interessar também.

Essas regras estão entre os segredos mais bem guardados dessas empresas, pois o sucesso do seu negócio passa por seus usuários concordarem que aquilo que lhes é oferecido é realmente interessante. O incrível é que, de maneira geral, o que nos mandam parece mesmo bacana! E assim conhecemos e gostamos do que o Facebook e outros nos empurram!

Aí é que começa a manipulação, ainda que não seja esse o objetivo desses sistemas, a princípio. O grande efeito colateral disso tudo é a criação das “bolhas”: a partir do momento em que somos continuamente apresentados apenas àquilo que gostamos e a pessoas que pensam como nós, qualquer coisa pode se tornar uma “verdade”, mesmo que seja a mais incrível porcaria! Quando vivemos em um ambiente de “pensamento único”, nossos preconceitos acabam sendo reforçados.

Isso, por si só, já seria bastante ruim. Mas há ainda algo mais perverso nessa história: e se pessoas, empresas e as próprias plataformas conseguissem controlar os algoritmos para que víssemos o que é interessante a elas, e não a nós mesmos?

Teoria da conspiração? Antes fosse! As plataformas, especialmente o Facebook, dão contínuas provas de que isso acontece. Em março, isso foi escancarado pelo escândalo envolvendo a próprio Facebook e a empresa Cambridge Analytica: a última usou recursos da plataforma para roubar dados de 87 milhões de seus usuários para disseminar eficientemente “fake news”, que ajudaram na eleição de Donald Trump para presidente dos EUA.

O mais preocupante disso tudo é que o sistema é tão eficiente em nos exibir aquilo que combina conosco, que baixamos nossas defesas e abraçamos causas que não são nossas e que podem até mesmo nos prejudicar. Basta olhar para nossa última eleição presidencial: sem entrar no mérito de ser bom ou truim, venceu justamente quem soube usar os meios digitais de maneira mais eficiente, como eu já havia adiantado em um artigo escrito em maio.

Quer dizer então que somos seres indefesos, à mercê de sistemas malignos? Claro que não!

 

Aprenda a usar isso a seu favor

Apesar de todo o exposto acima, sou a última pessoa que diria que as redes sociais são ruins ou que estamos condenados a ser vítimas incapazes dos algoritmos. Na verdade, esses sistemas podem nos ser bastante úteis.

A primeira coisa é aceitar e entender que somos continuamente monitorados, e que não há como “enganar o Facebook” (como já ouvi muita gente afirmando fazer). Ao invés disso, devemos começar a desenvolver uma visão crítica do que nos é apresentado nas diferentes redes sociais.

Costumo brincar que “cada um tem o Facebook que merece”. Se você está vendo algo ali, não se engane: de alguma forma, deu pistas ao infame algoritmo para que ele imaginasse que aquilo seria de seu interesse. E isso vale também para LinkedIn, Instagram e qualquer outra plataforma. Portanto, não adianta ficar esbravejando com o que lhe jogam na cara. Faça uma autoanálise: quanto daquilo é resultado de suas inúmeras pegadas digitais (que todos nós deixamos)?

E aí vai a dica de ouro: não acredite em tudo que lhe contam, principalmente quando aquilo parece ser uma unanimidade a sua volta. Disse certa vez o grande Nelson Rodrigues: “Toda unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar”.

Dessa forma, a coisa pode ficar interessante para nós também!

As marcas, pelo menos as mais inteligentes, usam toda essa informação para nos conhecer melhor e, assim, oferecer produtos que atendam nossas expectativas com grande eficiência. E não fazem isso porque são “boazinhas”: fazem isso porque, com essa atitude, aumentam incrivelmente a chance de nos vender seja lá o que for!

Claro! Se alguém nos oferece algo que está totalmente alinhado com o que queremos, por um bom preço, na hora que estamos buscando, as chances de fecharmos negócio são imensas! Com um bom uso dessa tecnologia, os quatro pilares da gestão de relacionamento com o cliente –o cliente certo, a oferta certa, o momento certo, o canal certo– podem atingir um novo e poderosíssimo patamar!

As companhias devem apenas tomar cuidado para não escorregar na ética. Diante de uma infinidade de informações dos consumidores, até onde podem ir? De uma maneira geral, há uma pergunta que deve ser sempre respondida afirmativamente para seguir adiante: “estou usando uma informação que foi obtida de maneira legítima e que me foi entregue conscientemente para essa finalidade?”

Portanto, não precisamos ter medo ou tentar “enganar” as diferentes plataformas digitais, especialmente porque isso está cada vez mais impossível. Devemos, isso sim, usar a inevitabilidade de que somos rastreados e muito conhecidos, para que, cada vez mais, tenhamos ofertas que atendam nossas demandas.

Se tivermos essa consciência e essa visão crítica do que nos for apresentado, poderemos desfrutar de uma sociedade tecnologicamente desenvolvida, em que todos podem ganhar. Caso contrário, se terceirizarmos nossa capacidade de decisão aos algoritmos, aí sim seremos apenas massa de manobra.

Como você se encaixa nisso?


E aí? Vamos participar do debate? Role até o fim da página e deixe seu comentário. Essa troca é fundamental para a sociedade.


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Violência contra a mulher começa em casa, passa pelo MasterChef e desagua nas redes sociais

By | Educação, Tecnologia | 3 Comments

Foto: CMYKane / Creative Commons

A edição mirim do MasterChef começou no dia 20 com uma de suas participantes, Valentina, de 12 anos, sendo alvo de comentários sexistas nas redes sociais. Cinco dias depois, o tema da redação do ENEM abordou justamente a violência contra as mulheres, e novamente o assunto inundou a Internet. Sempre acredito que o debate enriquece ideias, mas o que eu vi nesses dois casos é assustador.

No caso de Valentina, apenas uma criança, os impropérios dirigidos gratuitamente a ela já seriam imperdoáveis por si só. Mas o que se viu foi as redes sociais funcionando como caixas de ressonância para as barbaridades. Pessoas curtindo tudo aquilo e outras engrossando o caldo do horror, sem a menor preocupação de serem identificados a partir de seus perfis.

Os assediadores acham que tudo isso é mais que normal: seria perfeitamente aceitável pela nossa sociedade. E essa sensação tem origem no fato de que, no Brasil, a coisa é mais ou menos assim mesmo. A culpa recai sobre a vítima, como se ela fosse culpada pelo problema.

Fico imaginando o que Valentina teria feito para ser alvo de tudo aquilo e simplesmente não consigo encontrar nada. A começar porque nada justificaria o fato.

Meu sentimento foi reforçado pelo ENEM. Muita gente, candidatos ou não, se sentiu ofendida com a proposta da redação, como se estivessem sendo forçados a assumir uma posição “feminista” (a menos, é claro, que quisessem levar um zero) e isso fosse uma ofensa a sua honra, talvez sua masculinidade. Era como se escrever um texto combatendo à violência contra as mulheres, o que pode ser facilmente extrapolado para violência contra seres humanos, fosse algo penoso, que lhe fosse suprimir algum direito bizarro.

As aspas em “feminista”, no parágrafo anterior, foram propositais. Fica muito claro que a maioria das pessoas não entendem o que o termo significa (vou dar uma ajudinha com duas boas definições, do site Significados e da Wikipedia). De volta às redes sociais, assisti perplexo a pessoas com seu discurso de ódio contra a prova, baseado nas premissas acima. Também vi gente dizendo que a prova era uma doutrina “da esquerda” e que até se tratava de uma ameaça à família. Mas a minha esperança de uma sociedade melhor foi realmente abalada quando eu vi mulheres dizendo isso tudo.

Mulheres criticavam publicamente uma crítica à violência contra a mulher.

 

Impunidade e idiotismo

As redes sociais despertam características curiosas em alguns indivíduos.

A primeira delas é uma falsa sensação de impunidade, quase como se não pudéssemos ser alcançados em nossa “vida online”. Nela, fazemos coisas que jamais faríamos “presencialmente”, e essa característica se manifesta com bastante força nas redes sociais. Sempre gosto de usar, como exemplo, um álbum de fotos da família. Quem iria a uma praça e ficaria mostrando as fotos de seus filhos a desconhecidos? Então por que fazem isso nas redes sociais?

Isso explica parcialmente porque as pessoas publicaram tudo o que foi dito acima sobre o ENEM e sobre Valentina com os seus perfis reais. Estão lá para serem inequivocamente identificados, mesmo quando o que diziam poderia ser considerado crime em diferentes artigos do Código Penal. É verdade que muitos trogloditas diriam tudo aquilo também presencialmente, mas outros o fizeram apenas por se sentirem protegidos por esse véu inexistente da “vida online”.

Acontece que não existe essa história de “vida online” e “vida presencial”. As duas são apenas diferentes expressões de uma única realidade. Somos seres indivisíveis e, como tal, respondemos pelo que fizermos em qualquer lugar, mesmo no ciberespaço.

A segunda característica, prima da anterior, é uma espécie de ciberidiotismo. Assim como estar online causa a algumas pessoas a sensação de estar acima da lei, também destrava em um grupo o pior de sua personalidade, derrubando qualquer limite moral que tenham para fazer valer suas premissas.

Entendo que muita gente não goste do atual Governo Federal, e não estou aqui julgando ninguém por isso. Mas de repente notei que esse posicionamento político legítimo se misturou ao tema da redação. Afinal, por esse raciocínio, se o ENEM é feito pelo Ministério da Educação, logo tudo que ele propõe deve ser ruim, uma “doutrinação de esquerda”, uma “lavagem cerebral terrível” e, portanto, até mesmo combater a violência contra mulheres na redação deve ser algo condenável.

É triste ver a tecnologia sendo usada em atitudes que pioram a nossa sociedade, a despeito de seu potencial para melhorá-la. Para casos como os descritos acima, vejo o Direito e a Psicologia como as disciplinas do conhecimento humano necessárias para corrigir os excessos e os desvios.

Sobre a prova do ENEM, só posso dizer que ela cumpriu bem o propósito de levantar uma discussão tão importante na sociedade, ainda que o caminho tenha sido mais tortuoso que o que seria necessário. E, para Valentina, espero que o amor e o carinho de familiares e amigos a ajudem a passar por esse assédio da melhor maneira possível.

Para que os alunos estudam

By | Educação | No Comments
Ao continuamente modificar seus currículos para que atendam às mudanças dos vestibulares e do Enem, muitas escolas sacrificam a qualidade do ensino que realmente interessa para a vida de seus alunos

Ao continuamente modificar seus currículos para que atendam às mudanças dos vestibulares e do Enem, muitas escolas sacrificam a qualidade do ensino que realmente interessa para a vida de seus alunos

No ano em que o Enem foi reinventado como porta de acesso única para pelo menos metade das universidades federais, a Fuvest, tida como o mais importante vestibular do país, anunciou que voltará a avaliar todas as disciplinas na sua segunda fase, e não apenas as mais relacionadas ao curso que o vestibulando está concorrendo. O próprio “novo Enem” ainda não definiu exatamente quantas questões terá. Tudo isso a meio ano da realização das provas.

Nesse cenário, as escolas de Ensino Médio, especialmente as conteudistas, enlouquecem, pois ficam sem saber exatamente como compor o cardápio que oferecem a seus alunos. Mas, no final das contas, que diferença isso faz? As vagas das melhores universidades serão mesmo ocupadas pelos alunos mais brilhantes, qualquer que seja o modelo do acesso ao curso.

E aí chegamos ao ponto que serve de título a esse post. Afinal, para que nossos alunos estudam? Para aprender não apenas conteúdos, mas também a resolver problemas de qualquer natureza, preparando-se para a vida, ou para apenas ingressar na universidade? Apesar de a resposta certa ser claramente a primeira, a maioria das escolas, escravizadas por uma necessidade mercadológica de depositar seus pupilos no Ensino Superior, orientam seus currículos para que atendam, da melhor maneira possível, à Fuvest e ao Enem. E, se der, a outros vestibulares importantes. Descarregam conteúdo e fórmulas na cabeça da galera. E dane-se o aprendizado que realmente importa! O resultado disso é a baixíssima classificação do Brasil internacionalmente quanto o assunto é educação.

Em seu formato atual, o vestibular deforma o Ensino Médio, que fica espremido entre o exame de ingresso (e não a faculdade em si) e um Ensino Fundamental quase sempre deficiente. Perde a chance de desempenhar um papel crítico na formação do indivíduo, em um momento em que sua personalidade está se consolidando. O Enem original se propunha justamente a avaliar a aquisição das competências desejáveis para o aluno, mas agora perdeu esse seu nobre objetivo.

Apoio a definição de um modelo universal de acesso ao Ensino Superior, mas não devemos matar a vaca para acabar com o carrapato. O Ensino Médio precisa ser respeitado, para que assuma e cumpra seu papel decentemente.

Enem X vestibular

By | Educação | 4 Comments
O ministro da Educação quer modificar o Enem para que ele substitua o vestibular

O ministro da Educação quer modificar o Enem para que ele substitua o vestibular

O governo federal lançou a proposta de modificações no Enem para que ele passe a servir como uma alternativa aos vestibulares das universidades federais do país. A ideia é que o aluno faça a prova e possa escolher, de acordo com a sua pontuação, entre cinco cursos de uma mesma universidade ou de até cinco instituições diferentes. O discurso demagógico se completa com “uma ferramenta para democratizar o acesso dos estudantes à universidade” e ainda a chance de os alunos escolherem faculdades de qualquer parte do país facilmente.

Na teoria, a proposta é boa, pois o vestibular é um modelo perverso. Mas acho que eu perdi alguma coisa… É razoavelmente simples de se concluir que deve acontecer o contrário disso. Essa história só seria verdadeira se a qualidade do ensino fosse homogênea em todo o país, e isso não é verdade nem entre as escolas particulares. Que dizer então das escolas públicas?

No final das contas, o processo vai acabar elitizando ainda mais o ensino superior federal. Os melhores cursos, quase sempre localizados nas instituições paulistas e cariocas, acabarão ocupados por alunos da rede particular de ensino do Sudeste, onde está a grande maioria das melhores escolas. E hoje a ajuda que o atual Enem representa na pontuação dos vestibulares tradicionais, que beneficia alunos da rede pública, deixaria de existir, pois o Enem seria o próprio vestibular.

Há ainda um outro ponto a ser considerado: o Enem, desde que foi criado, se propõe a traçar um perfil amplo da formação do aluno, indo muito além do conteúdo e concentrando-se principalmente na aquisição de competências esperadas do Ensino Médio. Pelo novo modelo, as atuais 63 questões passariam a 200, para acomodar a verificação de conteúdo, o que contraria essa proposta original.

As universidades devem ainda dizer se aceitam o novo formato: elas têm autonomia para rejeitar a proposta. O governo federal tem pressa -inclusive porque o ministro da Educação, Fernando Haddad, tem pretensões eleitorais. Diante disso, afirmou que as universidades que adotarem o novo sistema receberam mais verbas para assistência estudantil. E por falar em política, Paulo Renato Souza, que acabou de assumir a secretaria de Educação paulista e criou em 1998 o Enem (quando foi ministro da Educação de FHC), já declarou publicamente que desaprova o novo formato.

O governo Lula não tem exatamente se destacado no campo da educação. Em algumas semanas, devemos começar a ver a adesão das universidades. Se tudo correr como pretende o governo, pode ser o início do fim do vestibular. A conferir.