mídias sociais

A Internet nos embrutece?

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Estamos diante de um cenário tecnológico que nos faz agir como carneiros?

Estamos diante de um cenário tecnológico que nos faz agir como seres de pensamento único?

Neste fim de semana, fui apresentado a duas discussões que, apesar de não relacionadas, me fizeram pensar unicamente sobre o assunto. A primeira aconteceu no LinkedIn, onde alguém questionava se mídias sociais não funcionariam como uma espécie de lavagem cerebral consentida, onde uma grande massa de pessoas gravitaria em torno de assuntos introduzidos por uns poucos. A outra surgiu em um curso de extensão universitária, onde foi questionado se a Internet seria capaz de mudar a maneira de as pessoas pensarem. Foi citado, como exemplo, o caso de pedófilos. Pelo argumento, se a Internet não existisse, talvez não “desenvolvessem” esse seu lado bizarro, pela dificuldade de encontrar pares para compartilhar seu gosto. Como a Grande Rede facilita a identificação dessas pessoas e a troca de informações, essa turma segue adiante.

Achei as duas conversas um tanto perturbadoras, pois elas jogam a culpa sobre a Internet por comportamentos questionáveis nos indivíduos. Nossa personalidade é moldada -sim- pelo nosso convívio social. Inicialmente acontece dentro da nossa família, depois entre amigos da escola, amigos de outros locais que frequentamos e assim sucessivamente, em um círculo cada vez mais amplo e diversificado. Nesse sentido, a Internet surge como uma ferramenta formidável para ampliarmos ainda mais os grupos com os quais nos relacionamos. Ela é particularmente importante para pessoas que, de outra forma, teriam dificuldade de se relacionar socialmente.

Mas ela não torna ninguém pedófilo ou pacifista ou seja lá o que for. Nem tampouco nos limita a capacidade de pensar, de discernir entre o certo e o errado, ou cerceia o nosso livre arbítrio. Somos o que somos com, sem e apesar da Internet. Tanto no mundo real quanto no virtual, buscamos pessoas com as quais nos identificamos, pois é mais fácil sustentar uma ideia quando temos ao nosso lado alguém que pense igual a nós. Isso nos torna humanos.

Apesar de discordar das premissas das duas discussões, gostei delas. Este post são os meus dois cents sobre isso. Penso -livremente- logo existo. O meu uso da Internet está sempre me desafiando a pensar mais. E melhor.