Volp

O Volp da discórdia

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Linguistas brasileiros estão questionando a iniciativa da ABL (Academia Brasileira de Letras) de lançar a quinta edição do “Volp”, o “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”. A publicação traz a grafia “oficial” das palavras do idioma, segundo as regras do acordo ortográfico entre os países de língua portuguesa, em vigor desde o dia 1º de janeiro.

Os críticos argumentam -com razão- que a obra foi organizada unilateralmente pela ABL, sem ouvir Portugal ou os outros países signatários, que podem questionar a grafia adotada pelos brasileiros para palavras polêmicas diante das novas regras. A maioria das dúvidas se refere a palavras grafadas com hífen (ou não).

A ABL se defende, dizendo que suas decisões foram bem embasadas e que não devem gerar polêmica com os outros países. Pode ser mesmo que estejam certos, mas a atitude foi um tanto arrogante. Se outros países contestarem o Volp, será legítimo.

Em entrevista à Folha, Evanildo Bechara, que coordenou o Volp, disparou: “se os portugueses seguirem o acordo que eles assinaram, o vocabulário será igual.” Feio! Muito feio! Quem lhe deu a autoridade para dizer isso?

Ora pois!

Tirando o trema da linguiça

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Capa da quinta edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa

Capa da quinta edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa

A ABL (Academia Brasileira de Letras) finalmente lança, no dia 19 de março , o novo “Volp”, o “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”, publicação que funciona como guia para todos os dicionários do país. Não se trata de um “dicionário-pai”, mas de um volume que traz a grafia correta das palavras do nosso idioma. Apesar de estar organizado em ordem alfabética, como um dicionário, ele não traz nenhuma definição, apenas classificações gramaticais.

Essa quinta edição da obra, com seus 349.737 palavras, foi muito aguardada, pois é a primeira que contempla as novas grafias do acordo ortográfico entre os países de Língua Portuguesa, que passou a valer no dia 1º de janeiro. Ironicamente, apesar de as regras terem sido criadas para unificar a grafia entre os países, elas deixaram várias dúvidas por incluírem, em sua redação, juízos de valor (como “consagradas pela tradição”) ou escalas imprecisas (como “em certa medida”).

Vale perguntar o que acontecerá com todos os dicionários que a maioria das editoras se apressaram para lançar no ano passado, na ânsia de colher uns cobres colocando um selo “conforme o novo acordo ortográfico” na capa. Elas não estavam mentindo: de fato, essas edições foram revistas à luz das novas regras. Mas é improvável que qualquer um deles tenha acertado em todos os casos duvidosos. Com isso, essas obras ficam imprecisas diante do novo “Volp” e necessitarão ser revistas. Apesar de percentualmente essas palavras representarem quase uma nulidade, estarão lá. Pior para quem já comprou.

Curiosamente a Microsoft decidiu aguardar a liberação do Volp para atualizar os seus corretores ortográficos, como os que verificam as palavras do Office. Decisão acertada.

Agora só falta convencer os outros países que a grafia do “Volp” para os casos duvidosos são as que devem valer. E o Brasil proporá isso. A conferir o resultado.