Você já aderiu ao Google+? Quando ouvi falar da nova rede social do gigante de buscas pensei: “mais uma…” Pois bem: ela ainda não completou seu primeiro mês no ar e nem foi lançada oficialmente -o que está previsto para o dia 31 de julho- mais de 10 milhões de pessoas, inclusive eu, já aderiram a ela.
As comparações com o Facebook aparecem em toda parte e a mais comum é afirmar que a rede de Mark Zuckerberg demorou cerca de dois anos para atingir a mesma marca. Mas elas não são justas, pois o Facebook surgiu a partir de um conceito de exclusivismo elitista, em contraste com o de completa abertura inicial do Google+. Além disso, esse último foi para o ar empurrado pela gigantesca expectativa em torno de um produto dessa natureza na família do Google, enquanto o Facebook nasceu das mentes de um bando de estudantes então desconhecidos.
A pergunta que realmente merece ser feita é: o Google+ superará o Facebook? Por enquanto, a carteira de 10 milhões de usuários do Google+ está longe de ameaçar a de 750 milhões do rival. Pesa contra o Google também um Orkut, que fez sucesso apenas no Brasil e uns poucos países sem muita expressão, e dois fracassos em produtos da mesma natureza: o Google Wave e o Google Buzz.
Mas a turma de Larry Page parece ter aprendido com os seus erros: o Google+ tem recebido muitos elogios da imprensa especializada e de seus entusiasmados primeiros usuários. Soube aproveitar o melhor dos concorrentes: como li por aí, “se o Facebook e o Twitter tivessem um filhote, ele seria o Google+”.
Apesar de boas idéias e uma construção esmerada, a nova rede ainda tem, entretanto, muito pouco a oferecer. O Google está se apressando em integrar todo o seu portfólio ao novo produto: já fez isso muito bem com o Google Talk e com o Picassa (agora Google Photos), além do próprio buscador; na sequência, virão o Blogger (rebatizado de Google Posts) e o Google Docs.
Mas mesmo quando todos os produtos estiverem bem costurados, o problema do Google+ é que ele será “apenas” uma rede social bem concebida e com recursos interessantes. E isso está longe de ser suficiente para ameaçar o Facebook. Isso só acontecerá quando o Google fizer o mesmo que seu concorrente, que se transformou em uma plataforma de desenvolvimento de aplicativos de toda natureza. Desde os aclamados jogos sociais da Zynga, como FarmVille ou CityVille, até inofensivos aplicativos, o Facebook ofereceu a uma legião de milhares de desenvolvedores a possibilidade de terem acesso a informações de seus 750 milhões usuários, que graciosamente as oferecem em troca de funcionalidades que tornam a sua experiência online mais divertida e poderosa. Isso sem falar nos recursos de integração do Facebook aos sites de qualquer pessoa, tornando-os mais funcionais.
Não há nenhuma dúvida que esses são os grandes responsáveis pelo sucesso do Facebook, o que dá mais sabor e cor à rede de Zuckerberg. Sem eles, seria apenas mais uma rede social das “antigas”, como o decadente MySpace ou o finado Friendster. Se o Google+ não seguir essa linha, não superará o Facebook, ficando restrito a um “nicho” de alguns milhões de usuários.