Estados Unidos

Liang Wenfeng, CEO da DeepSeek, cujo modelo de IA desafia a liderança americana no setor - Foto: reprodução

Dinheiro, espionagem, boicotes: como a IA dominou o tabuleiro geopolítico

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O domínio tecnológico sempre garantiu destaque na geopolítica, desde as Grandes Navegações. Países com essa liderança estendem seu poder econômico, político e cultural por grande parte do planeta. A bola da vez é a inteligência artificial, e os EUA estão fazendo de tudo para manter essa liderança. Não é para menos: a IA tem um poder sem precedentes de moldar o mundo seguindo os interesses de seus criadores.

Os EUA pareciam tranquilos nisso, mas, na semana passada, a chinesa DeepSeek surpreendeu o mercado, políticos e pesquisadores, com seu próprio LLM (modelo de linguagem de grande porte) para concorrer com os líderes americanos. Apesar de seus resultados se equipararem aos das plataformas ocidentais, o mais surpreendente dos chineses é o seu custo: enquanto elas já consumiram bilhões de dólares e querem ainda mais, a DeepSeek precisou de “apenas” US$ 5,6 milhões para seu produto!

Foi um “escândalo” os chineses conseguirem esse feito notável, ainda mais depois de os EUA imporem restrições à exportação de tecnologia (especialmente processadores poderosos) para segurar a China “na marra”. Isso deu uma surra no valor de mercado das big techs americanas. A NVIDIA perdeu US$ 589 bilhões em 27 de janeiro, a maior queda já registrada. Com as outras big techs, o saldo negativo foi de US$ 643 bilhões! É o mercado questionando os altos investimentos ocidentais em IA, depois de acreditar que ela só seria possível com uma enxurrada de dinheiro.

Tudo isso aconteceu apenas uma semana depois de o governo americano anunciar um megainvestimento de US$ 500 bilhões para construir datacenters para impulsionar sua IA contra os chineses. Isso certamente chama a atenção, mas os fatos estão demonstrando que inteligência e resiliência podem valer mais que dinheiro e boicotes.


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A tentativa de impor travas à IA da China começou ainda na administração Joe Biden. Mas a presença dos CEOs da big techs na primeira fila da posse de Donald Trump, à frente até de seus ministros, escancarou que a tecnologia e a política nunca estiveram tão juntas. Tanto que Elon Musk, dono do X, teve um papel enorme na vitória de Trump, que retribui dando a ele um cargo de grande poder em seu novo governo.

Inaugurou-se assim o período de dominação tecnossocial: o poder se constrói e se mantém com a tecnologia, não apenas pelos seus benefícios inerentes, mas também por oferecer um recurso inigualável de convencimento e de distorção da realidade.

Desde o início do ano passado, eu discuto nesse espaço como a explosão da inteligência artificial generativa pode reescrever a história, impor valores, alterar a cultura e até como as pessoas falam! Ao serem treinadas majoritariamente com conteúdos americanos e europeus, essas plataformas disseminam, de maneira subliminar, como os países dominantes pensam sobre tudo isso, podendo, em longo prazo, influenciar decisivamente pessoas do mundo todo.

A DeepSeek acrescenta um novo ingrediente nesse caldo: a submissão ao governo. Ao questionar a plataforma sobre temas sensíveis para a administração chinesa, como a independência de Taiwan, os protestos contra a política de “Zero Covid” na China, o massacre da praça da Paz Celestial em 1989 e até quem é o presidente chinês Xi Jinping, ela iniciou a exibição de boas respostas, mas subitamente elas foram apagadas e substituídas pela frase em inglês “Desculpe, isso está além do meu escopo atual. Vamos falar de outra coisa.” Em outras perguntas, como sobre a posição do governo chinês sobre a Guerra na Ucrânia, reproduziu o discurso governamental.

É amplamente sabido que o governo chinês obriga empresas locais a “colaborarem” com suas determinações, inclusive censura. Em contrapartida, nos EUA, as big techs já desafiaram a exigências do governo local no passado.

Mas o escandaloso alinhamento delas ao extremismo do recém-empossado Trump cria enorme desconfiança se não veremos nas empresas americanas o mesmo que se vê nas chinesas. Afinal, nesses poucos dias, elas já enterraram medidas que as diferenciavam, como mecanismos de checagem de fatos, restrição a discursos de ódio e intolerância, e incentivo à diversidade e inclusão em seus quadros. Trump, por sua vez, não esconde que exige delas fidelidade canina e total submissão.

A manipulação nos resultados chineses tem a sutileza de um rinoceronte correndo em uma loja de cristais. Por isso, o governo de Taiwan proibiu o uso de produtos da DeepSeek em seu país, para evitar a desinformação. Mas as mudanças adotadas pelas big techs americanas disseminarão amplamente, porém de maneira um pouco mais disfarçada, valores reprováveis até nos EUA. Se o mundo seguir o raciocínio de Taiwan, todos devem bloquear esses produtos americanos então?

 

Reação às restrições

Suprema ironia, as empresas americanas podem estar colhendo frutos amargos plantados pelo seu governo. A tentativa de impedir o avanço chinês na IA ignorou a capacidade de Pequim de incentivar empresas locais dispostas a assumir lideranças tecnológicas. As restrições dos EUA fizeram com que os chineses trocassem os produtos americanos por equivalentes locais ou de outros países, mas principalmente investissem em pesquisa, criatividade e colaboração.

Isso não vem de hoje. Levantamento do Instituto Australiano de Política Estratégica indicou que, até 2007, a China liderava só 3 de 64 tecnologias consideradas críticas. Entre 2019 e 2023, o país tornou-se líder em 57 delas, graças a investimentos de longo prazo em pesquisa e desenvolvimento. No mesmo período, os EUA passaram de líderes em 60 delas para apenas 7.

A DeepSeek mostrou ao mundo que é possível entrar para valer na briga da IA com investimentos modestos. A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, afirmou que o Brasil está nessa corrida. No ano passado, seu ministério anunciou investimentos de R$ 23 bilhões em IA até 2028. Ela lembrou também que o país tem grande oferta de energia limpa e água, outra grande exigência da IA.

As ideias e ações de Trump podem levar a um caos na economia global, por uma crise de confiança generalizada. É difícil saber como isso impactará a China e os próprios EUA. Mas parecem ser inócuas para conter o avanço tecnológico chinês.

Apesar de ter sido péssima para as big techs, a chegada da DeepSeek é ótima para o desenvolvimento dessa tecnologia, pois mostra que ela pode ser criada com muito menos dinheiro, não precisando ficar restrita a empresas multibilionárias.

Resta a questão da dominação cultural e de uma patológica distorção da realidade, que pode vir da China, dos EUA e até do Brasil, caso desenvolvamos um LLM que também seja enviesado por interesses políticos.

Mais do que nunca, a população precisa de senso crítico, educação diversificada e de qualidade para todos, além de amplos programas de educação digital e midiática. Essa tríade fica cada vez mais essencial no mundo em que IA permeia tudo, para que façamos um uso positivo e seguro de todo seu poder.

 

Sam Altman, CEO da OpenAI, durante o Fórum Econômico Mundial 2024, que aconteceu em Davos (Suíça), em janeiro - Foto: reprodução

Quem deve ser o “dono” da inteligência artificial?

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A inteligência artificial generativa é uma tecnologia diferente de tudo criado antes dela. Ao contrário de ferramentas mecânicas ou digitais, que nos ajudam a realizar melhor as mais diversas tarefas, ela se propõe a “entregar o trabalho pronto”. Se por um lado isso é realmente incrível, por outro exige que sejamos muito criteriosos sobre o criador das plataformas que usarmos e sobre suas produções.

Tudo porque essa tecnologia pode efetivamente, a longo prazo, alterar a maneira como pensamos e encaramos o mundo! O problema é que as pessoas não têm consciência disso, e usam essas plataformas despreocupadamente.

Não proponho que os responsáveis por esses sistemas tenham uma motivação maquiavélica de domínio do mundo. Mas as respostas da IA generativa não apenas trazem o conteúdo das fontes usadas em seu treinamento: também refletem a maneira de falar, a cultura e até os valores dos países que mais contribuíram para tal treino. No momento, isso cabe à Europa Ocidental e principalmente aos Estados Unidos, pelo simples fato de a maior parte do conteúdo na Internet ter essas nações como origem.

Isso pode mudar em pouco tempo! Países do Oriente, especialmente a China, investem pesadamente e com regras muito mais frouxas para criarem suas próprias inteligências artificiais generativas, treinadas com seu conteúdo e sua visão de mundo.

No último dia 25, Sam Altman, cofundador e CEO da OpenAI (criadora do ChatGPT), publicou um artigo no The Washington Post (reproduzido em português no Estadão) questionando qual país deve controlar o futuro da IA. Apesar do tom desbragadamente ufanista em favor dos Estados Unidos, ele faz provocações válidas.

Afinal, a nação que dominar a IA dominará o mundo! E isso não pode ser ignorado.


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Não concordo com tudo que Altman escreve em sua publicação, a começar pelo seu ímpeto em apresentar os Estados Unidos como um defensor ilibado da liberdade e dos direitos individuais. Sim, isso faz parte dos valores fundamentais daquele país, mas repetidos escândalos de espionagem digital de seus governos e de abusos de poder econômico de empresas americanas, por manipulação e usos indevidos de dados de seus clientes, desqualificam essa premissa de Altman.

Por outro lado, obviamente os Estados Unidos e principalmente a Europa estão muito mais bem-posicionados na defesa da democracia e de liberdades individuais que nações autoritárias, como a China e a Rússia. E a primeira vem forte na corrida da IA.

“Estamos diante de uma escolha estratégica sobre o tipo de mundo em que viveremos”, escreveu Altman. Considerando o poder sem precedentes de influência e até de dominação cultural que a IA generativa cria, essa é uma preocupação legítima. “O ditador russo Vladimir Putin avisa que o país que vencer a corrida da IA ‘se tornará o governante do mundo’, e a China diz que pretende se tornar o líder global em IA até 2030”, completa.

Ele adverte que, se isso acontecer, empresas do mundo todos seriam obrigadas a compartilhar os dados de seus usuários, o que criaria formas de espionagem e recursos para armas cibernéticas sofisticadas. Novamente o temor é válido, mas, em alguma escala, isso já vem sendo feito com as big techs americanas.

O CEO da OpenAI elenca pontos que considera essenciais para se manter a liderança na inteligência artificial: segurança cibernética, infraestrutura física robusta, investimento substancial em capital humano, diplomacia comercial para a IA, e normas para o desenvolvimento seguro dessa tecnologia. É interessante notar que, nesse ponto, ele defende que se conceda mais protagonismo para países do sul global, tradicionalmente deixados para trás nas decisões econômicas e tecnológicas.

Mas isso implica em trazer a China para a mesa.

 

Dominação pela IA

Desde a Antiguidade, as nações mais avançadas dominam as outras. A Grécia, apesar de ter sido anexada ao Império Romano, influenciou fortemente a cultura do invasor, até em seus deuses! No século XIX, a Inglaterra difundiu suas ideias, seguida pela França. E desde o fim da 2ª Guerra Mundial, o Ocidente é fortemente influenciado pelos Estados Unidos.

O principal mecanismo da dominação cultural dos Estados Unidos é o cinema, a televisão e a música. Basta olhar ao redor e ver como nos vestimos, comemos e até nos comportamos.

A IA pode levar a dominação cultural a um patamar inédito, ao incorporarmos suas respostas diretamente e sem filtros a nossas ações. De uma tacada só, passamos a consumir e a disseminar conceitos e valores de outro país.

A própria interface dessas plataformas favorece isso. Pela primeira vez na história, algo que não é humano consegue conversar consistente e convincentemente, como se fosse outra pessoa. Isso favorece a antropomorfização da IA, ou seja, passamos a atribuir características humanas a uma máquina, e assim absorvemos o que ela nos dá de maneira ainda mais direta, sem questionamentos.

De uma forma bastante ampla e talvez nociva, a IA pode nos aproximar da “aldeia global” do filósofo canadense Marshall McLuhan, que propôs em 1962 o fim de fronteiras geográficas e culturais. Ele acreditava que isso aconteceria pela influência dos meios de comunicação, o que aconteceu apenas timidamente. Agora, com a IA, isso pode finalmente acontecer, com o que tem de bom e de ruim.

Altman sabe disso! Seu artigo defende abertamente que os Estados Unidos liderem uma coalização internacional para manter sua hegemonia contra a ascensão de valores de nações autoritárias, graças à IA.

Para aqueles, como nós, que estão muito mais em posição de dominados que de dominadores, esse alerta serve para entendermos como a nova ordem mundial será construída nos próximos anos.

Qualquer que seja o vencedor dessa corrida, é preciso que existam leis em todos os países que exijam responsabilização no uso e desenvolvimento da inteligência artificial, seja pelas empresas, pelos governos e pelos usuários. Não podemos repetir o erro cometido com as redes sociais, que racharam a sociedade ao meio por não se sentirem responsáveis pelo que acontece em suas páginas.

Quanto a nós, resta investirmos pesadamente em letramento digital das pessoas, para que elas possam aproveitar consciente e criativamente os recursos dessa incrível tecnologia, tentando evitar tal dominação cultural. E essa não é uma tarefa fácil!

 

Como a guerra entre Apple e o FBI pode acabar de vez com a sua privacidade

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Composição de imagens de divulgação/Apple e Federal Bureau of Investigation

Tim Cook, CEO da Apple (à esquerda), e agente do FBI:

No dia 16, a Justiça americana determinou que a Apple ajudasse o FBI a invadir um iPhone para recuperar informações nele, mas a empresa se recusou formal e publicamente. Pode parecer um pedido simples e uma recusa tola, mas o desenrolar desse caso pode abrir caminho para questões técnicas e judiciais que afetariam severamente a vida de qualquer pessoa no mundo com um celular, e não apenas iPhones. Isso inclui você!


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Para quem não sabe do que trata o caso, o telefone em questão pertencia a Syed Farook, um dos dois terroristas que mataram 14 pessoas na cidade americana de San Bernardino, no dia 2 de dezembro. O FBI acredita que os terroristas tinham ligações com o grupo Estado Islâmico, e que o telefone pode conter informações importantes para a investigação.

Um pouco de tecnicismo necessário: acontece que o iPhone, modelo 5C, está protegido por senha. E o iOS, sistema operacional dos iPhones e iPads, possui quatro importantes características de segurança a partir da sua versão 8, exatamente a que controla aquele aparelho: ele apaga todo o conteúdo no smartphone após dez tentativas de digitação de senha erradas em seguida, a senha só pode ser digitada manualmente na tela, toda a informação ali guardada é criptografada (ou seja, “embaralhada” a ponto de ficar ilegível sem a senha) e, talvez a mais importante de todas, a Apple afirma não ter nenhuma “chave” que lhe permita abrir um iPhone.

Colocando em termos simples, o FBI está com medo de forçar a fechadura e perder toda a informação do aparelho, e a Apple afirma que ela não tem meios para ajudar.

Na verdade, a coisa não é tão simples: trata-se de uma batalha tecnológica, jurídica e de marketing, com poder para impactar todo mundo.

O FBI exige que a Apple crie uma nova versão do iOS, que funcione apenas naquele iPhone e que derrube todos os entraves descritos acima, para que ele conecte o telefone a um supercomputador e, usando força bruta de processamento, acabe descobrindo a senha, sem correr riscos de perder os dados do aparelho. Especialistas em tecnologia afirmam que a empresa seria capaz de fazer isso. Portanto o FBI tem pontos válidos.

A Apple, por sua vez, diz que não, e que tais recursos de segurança foram incluídos para justamente nunca ser obrigada a atender a pedidos como esse. Mas a empresa vai mais longe! Afirma que não consegue atender ao pedido, mas que, caso conseguisse, isso criaria um “backdoor” (termo técnico para um sistema que permite invasão e controle de um computador à distância), e que não teria como garantir que o sistema não fosse depois usado a bel prazer pelo governo ou por hackers. A empresa também argumenta, com razão, que isso abriria um perigosíssimo precedente legal para que governos de todo o mundo começassem a exigir, de empresas de tecnologia, a invasão da privacidade de seus usuários. Tim, Cook, CEO da Apple, chegou a publicar uma carta aberta, em que termina afirmando que a exigência “poderia prejudicar a independência e a liberdade que nosso governo deve proteger.”

Em um mundo em que todos nós, cada vez mais, usamos nossos smartphones para realizar as mais diversas tarefas e guardar as informações mais íntimas e preciosas, um sistema que potencialmente permitisse a governos ou criminosos invadir qualquer telefone no mundo teria o mesmo efeito devastador da abertura da mitológica Caixa de Pandora.

Segundo a mitologia grega, sua abertura deixou escapar todos os males do mundo, permanecendo guardada nela apenas a esperança.

 

Duelo de titãs

Os dois lados têm, portanto, argumentos sólidos e válidos. A Apple possui, todavia, um supertrunfo que, na minha opinião, liquida todos os demais: o compromisso de manter a privacidade de seus usuários.

Não sejamos inocentes: a própria Apple, o Google, o Facebook e muitas outras empresas de tecnologia nos rastreiam cada vez mais, obtendo informações o tempo todo sobre quem somos e o que fazemos para ganhar dinheiro das mais diferentes formas com tais dados. Ainda assim, a Apple está se posicionando como uma defensora da privacidade de seus consumidores (na verdade, quase que se coloca como uma porta-voz de todas essas companhias) e, de quebra, escancara para o mundo que teria um celular tão seguro que nem o governo dos EUA conseguiria invadir. Jogada de mestre de marketing!

Mas o fato é que qualquer governo adoraria ter uma ferramenta de rastreamento e controle de seus cidadãos. E não me refiro apenas a ditadores, como o norte-coreano Kim Jong-un, ou ao governo chinês. Isso também acontece nas nações que se dizem as mais democráticas, como os próprios Estados Unidos em análise aqui, que sempre se colocam como os bastiões da liberdade e dos direitos civis. Está aí o Edward Snowden que não me deixa mentir!

E se você acha que isso acontece só longe de você, nos EUA, na China ou na Coreia do Norte, saiba que está acontecendo agora bem debaixo dos nossos narizes brasileiros. Como já foi discutido aqui nesse espaço, o Congresso Nacional se esforça continuamente para criar leis para nos rastrear e ampliar os privilégios de políticos, inclusive usando a tecnologia.

E você achando que o Big Brother era o máximo da arapongagem…

Sabemos que aquelas empresas estão o tempo todo ganhando dinheiro com as nossas informações continuamente coletadas, e que ainda não foi inventado nada melhor que os smartphones para essa tarefa. Mas recebemos delas uma infinidade de serviços em troca, que tornam nossas vidas muito mais fáceis e mais divertidas. E por isso, conscientemente ou não, pelo jeito achamos essa uma troca justa. Por isso ninguém vai abandonar seu smartphone.

Mas permitir que governos (sem falar no crime organizado) transformem os smartphones em máquinas de espionagem e controle a seu serviço, isso é inaceitável!

Acalento a esperança, justamente aquela que foi a única coisa que sobrou dentro da Caixa de Pandora, de que eles nunca ponham as mãos nesses códigos, pois sua voracidade faz o uso de nossos dados por empresas parecer coisa de criança.


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