Na noite desta quinta (22 de junho), atingi a marca de 300 mil seguidores no LinkedIn. É um número incrível, que me encanta e ainda me surpreende! E, pelo jeito, também a muita gente, pois toda semana alguém me pergunta o que eu ganho com isso.
Só que, depois de trilhar esse caminho por quase dois anos, eu cheguei à conclusão que nada supera a alegria de perceber que consegui construir, com a ajuda de cada uma dessas pessoas, um espaço virtual de troca de ideias e de experiências em que todos os participantes ganham. E isso é um tremendo privilégio!
Isso só foi possível porque o algoritmo do LinkedIn é muito mais generoso que o de outras redes sociais, e eu descobri isso da melhor maneira possível. O Facebook, por exemplo, coloca no seu feed de notícias posts das pessoas que você já conhece e se relaciona, o que talvez faça sentido ali. Porém o do LinkedIn é muito mais eficiente para nos mostrar IDEIAS, mesmo de pessoas com quem temos pouca ou nenhuma relação!
As ideias são o que movem esse mundo, são o que inspiram as pessoas a ser melhores, são o que dão sentido a nossas vidas. Especialmente em um momento tão difícil em nossa país, com uma crise política e econômica que parece não ter fim, que atrapalham muito os negócios, geram desemprego, e deprimem toda a população, não podemos entrar nesse turbilhão que nos leva para mais fundo.
E o motivo é simples: todos nós temos o nosso papel nesse mundo! Não se engane: qualquer um pode contribuir com a sociedade, de um jeito ou de outro. Cada um tem algo de bom a oferecer a quem está a sua volta. Para alguns, isso jorra naturalmente; às vezes, é necessário algum estímulo.
Por isso, poder compartilhar ideias com tanta gente não tem preço e por isso sou agradecido.
Há alguns dias, estava me lembrando da poesia “O Me! O Life!”, do escritor americano Walt Whitman (1819 – 1892), que acho que combina muito bem com essa discussão. Nela, Whitman questiona o que pode ser encontrado de bom em meio a um mundo cheio de mazelas. E sua resposta é belíssima. Transcrevo abaixo o texto em inglês, seguido de uma versão em português:
O Me! O Life!
O Me! O life!… of the questions of these recurring;
Of the endless trains of the faithless -of cities fill’d with the foolish;
Of myself forever reproaching myself, (for who more foolish than I, and who more faithless?)
Of eyes that vainly crave the light – of the objects mean- of the struggle ever renew’d;
Of the poor results of all – of the plodding and sordid crowds I see around me;
Of the empty and useless years of the rest – with the rest me intertwined;
The question, O me! so sad, recurring – What good amid these, O me, O life?
Answer.
That you are here – that life exists, and identity;
That the powerful play goes on, and you will contribute a verse.
Ó eu! Ó vida!
Ó eu! Ó vida!… Destas perguntas recorrentes;
Dos infindáveis trens de incrédulos – das cidades cheias de insensatos,
De mim mesmo sempre me censurando, (quem é mais tolo que eu, e quem é mais desesperançoso?)
Dos olhos que em vão suplicam pela luz – do significado dos objetos – do esforço sempre renovado;
Dos resultados insignificantes de tudo – das lentas e sórdidas multidões que vejo ao meu redor;
Dos anos vazios e inúteis que restam – com o resto de mim entrelaçado;
A pergunta, ó eu! tão triste, recorre – O que há de bom em tudo isso, ó eu, ó vida?
Resposta.
Que você está aqui – que a vida existe e identifica;
Que a poderosa peça teatral continua, e que você contribuirá com um verso.
Tive contato com esse texto pela primeira vez no filme “Sociedade dos Poetas Mortos” (1989), quando o icônico professor Keating (Robin Williams) recita seus versos para inspirar seus alunos da ultraortodoxa Academia Welton. Ele certamente me inspirou na maneira como decidi ser um professor, um palestrante e a pessoa que sou hoje.
Pois, como se pode ver, por mais desesperançoso que o mundo possa parecer no momento, sempre há algo de incrível nele. E isso pode vir de dentro de você, daquilo que você compartilha com o outro, da sua vontade de construir algo grandioso, do seu verso.
Qual será o seu verso?
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