pensamento único

Se a carne é fraca, as redes sociais são fortes e a imprensa é mole

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Foto: Nicola Albertini/ Creative Commons

Os resultados preliminares da “Operação Carne Fraca” da Polícia Federal jogaram na lona esse setor da indústria de alimentos nacional. Enquanto importadores essenciais anunciavam restrições à carne brasileira, usuários transformavam as redes sociais no palco de grandes embates (e muitas piadas) sobre o caso, abalando ainda mais a confiança do consumidor. Mas qual é nosso papel nesse salseiro todo?

Passados cinco dias, a impressão que eu tenho é que ninguém sabe ainda qual é a verdade! Assim mesmo, as pessoas continuam se prestando a disseminar versões questionáveis. E tudo isso só acontece porque a imprensa não está fazendo seu trabalho direito. Mas dá para jogar toda a culpa nela?


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A imprensa está construindo todo o seu noticiário em cima de apenas três fontes: a própria Polícia Federal, o governo e a indústria da carne. O problema é que todos eles têm interesses fortíssimos envolvidos no caso. A Polícia Federal é a “dona” da operação e a origem das denúncias; o Governo Federal luta para salvar a imagem do produto brasileiro no exterior (e, de quebra, evitar ainda mais o desgaste da sua própria); e a indústria da carne tenta obviamente salvar a sua reputação e o próprio negócio.

Assim, com poucas e nobres exceções (e é importante frisar que elas existem), o noticiário vem sendo construído a partir do relato desses envolvidos. E só! A maioria dos veículos sequer ouve especialistas independentes! Como é possível o público entender, de verdade, o que está acontecendo, se todas as fontes têm interesses conflitantes, e até mesmo tentam desqualificar os outros lados?

A crise evoluiu rapidamente. A PF soltou a bomba na sexta, anunciada como a maior operação já realizada pela instituição. Empresas, governo e a imprensa foram pegos de calças curtas, e começaram a bater cabeça, cada um do seu lado. Redes sociais foram à loucura com posts de todo tipo. Empresas se defenderam como puderam, e o governo tentou acalmar os compradores internacionais, que anunciaram restrições à carne brasileira. Críticas de todos os lados empurraram a equipe da PF contra a parede, que, na segunda, se defendeu das acusações de sensacionalismo e precipitação, dizendo que “muitos fatos ainda estão sob sigilo e muitas provas ainda serão apresentadas”. Apenas um dia depois, a mesma PF jogou panos quentes, afirmando que foram apenas “problemas pontuais”.

Tudo isso em apenas cinco dias!

A imprensa continua no seu papel de menino de recados. E as redes sociais colocando lenha na fogueira.

 

Caixa de ressonância digital

Como já aconteceu em várias outras ocasiões, especialmente as envolvidas em assuntos de grande comoção social, a imprensa foi a origem do noticiário, enquanto as redes sociais funcionaram como perfeitas caixas de ressonância. Na verdade, dá para dizer que esse já é um padrão comportamental bem estabelecido, o que é perigosíssimo!

O processo é simples -e perverso. Começa com indivíduos selecionando versões de fatos noticiados pela imprensa. Normalmente fazem isso com algo que sejam francamente favoráveis ou contrários: no primeiro caso, defendem a tese com unhas e dentes; no segundo, partem para o ataque. Se o assunto os atingir pessoalmente, fica ainda mais fácil abraçar a causa.

Os locais onde todo esse engajamento acontece são as redes sociais. Se já não bastasse a natureza humana de se associar a indivíduos ou temas com os quais concorde, os algoritmos de relevância de Facebook e afins tratam de jogar na nossa cara apenas aquilo que nos deixa confortável, que gostamos. Isso é mais que suficiente para que uma versão se transforme em uma “verdade incontestável”.

Como já disse, ainda não tenho elementos para saber qual é a verdade nos casos apontados pela “Carne Fraca”. Acho que toda forma de corrupção deve ser exemplarmente combatida, mas e se houve mesmo precipitação e até sensacionalismo pela equipe responsável da Polícia Federal? E se toda essa milionária crise comercial tiver sido causada por uns poucos indivíduos agindo pontualmente?

Se isso se confirmar, a imprensa terá cometido uma falha gravíssima. E todo mundo terá corrido atrás dela, para jogar as suas pedrinhas.

 

A “escolinha do sexo”

Não teria sido a primeira vez que isso teria acontecido. E infelizmente não será a última.

A dinâmica dos fatos me fez lembrar de um caso que que virou objeto de estuda nas faculdades de Jornalismo: em março de 1994, sócios e funcionários da Escola Base, localizada no bairro da Aclimação (São Paulo), foram acusados por mães de alunos de abusar sexualmente de crianças de um a seis anos de idade. Um laudo não-conclusivo do Instituto Médico Legal informava que as fissuras eram “compatíveis com ato libidinoso”.


Capa do extinto "Notícias Populares" sobre o caso da Escola Base - foto: reprodução

Capa do extinto “Notícias Populares” sobre o caso da Escola Base

 

Casa que abrigava a Escola Base, na Aclimação, em São Paulo - foto: reprodução

Casa que abrigava a Escola Base, na Aclimação, em São Paulo


Isso foi suficiente para que o delegado Edélcio Lemos, responsável pelo caso, convocasse a imprensa e botasse a boca no trombone, condenando previamente os envolvidos. Começando pelo Jornal Nacional, a onda de denúncia se espalhou por toda a imprensa, exceto a TV Cultura e o finado Diário Popular, que não surfaram nela por acharem que não havia provas.

Graças ao noticiário, a escola e as casas dos acusados foram depredadas e saqueadas pela população. Além de falidos, tiveram que se mudar, pois foram ameaçados de morte. Porém, quando a investigação foi concluída, veio o choque: nunca houve qualquer tipo de molestamento sexual às crianças. As tais fissuras encontradas eram causadas apenas por diarreia. Mas o estrago já estava feito.

E isso tudo aconteceu em 1994! Portanto, antes do poder de propagação das redes sociais. Na verdade, antes mesmo da liberação da Internet comercial.

 

Desconfiança saudável

Apesar da terrível crise pela qual a imprensa vem passando, especialmente os veículos mais tradicionais, o noticiário ainda tem grande peso na vida das pessoas. E isso fica ainda mais forte em casos como o da “Operação Carne Fraca”, com fontes oficiais despejando um monte de evidências que incriminariam empresas e fiscais que estariam colocando “comida estragada” em nossas mesas. Para piorar, em um cotidiano em que a corrupção parece brotar o tempo todo de todos os lugares, o combate a ela virou uma questão de vida ou morte.

Muita calma nessa hora! Não podemos acreditar piamente em ninguém: nem na Polícia Federal, nem na imprensa, nem nas empresas, nem no governo! Não temos elementos para concluir coisa alguma com certeza. Portanto, nada de vestir a armadura de paladino digital e sair esculhambando ou defendendo ninguém.

Qualquer jornalista aprende que deve desconfiar de tudo e de todos sempre. Afinal, interesses podem alterar dramaticamente o posicionamento de pessoas, empresas e instituições. Mas essa desconfiança saudável serve para qualquer um, especialmente em tempos em que a opinião de qualquer cidadão tem grande peso, graças aos meios digitais.

Sei que é muito sedutor ver uma postagem no Facebook que nos atinge e “pensar com o fígado”. Como o algoritmo de relevância ainda nos mostra que muitos de nossos amigos também pensam o mesmo, abandonamos a nossa capacidade de questionar e embarcamos na loucura.

É muito triste, portanto, quando se percebe que a origem da confusão toda está exatamente na imprensa, aquela que vive para cavoucar a verdade, esteja onde estiver, doa a quem doer, mas que parece estar se esquecendo dessa sua nobre e essencial tarefa.

O desenvolvimento de uma sociedade está intimamente ligado a uma imprensa livre, mas também a uma imprensa preparada e responsável. Temos que lutar para que isso sempre exista, posicionando-nos contra a censura, mas exigindo também comprometimento dos profissionais. Pois, sem essas três características, o resultado de seu trabalho fica irremediavelmente comprometido. E aí os detentores do poder político e econômico deitam e rolam.

Paralelamente, cada um de nós também tem a responsabilidade de não acreditar em tudo e todos tão facilmente. Criemos um uso mais consciente, crítico e construtivo das redes sociais, para o nosso bem e para o de toda a sociedade.

Afinal, já existem meninos de recado demais por aí.


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Não entre na onda da fábrica de ódio das redes sociais

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Jovem é ferido na cabeça em conflito durante manifestação - imagem: Rovena Rosa/ Agência Brasil

Jovem é ferido na cabeça em conflito durante manifestação

Você também sente que, de uns tempos para cá, há muito ódio no ar? Ele se manifesta, por exemplo, em um trânsito cada vez mais agressivo e egoísta, no debate político hiperpolarizado, nas brigas irracionais de torcidas, em religiões que pregam a intolerância e nas relações de trabalho, entre colegas, com a chefia e até com clientes. Mas o que tem me chamado muito a atenção é o papel das redes sociais nesse caldeirão de emoções à flor da pele.

Vejo o acirramento do Fla-Flu ideológico em tudo: “se você não está comigo, está contra mim!” Mas o mundo não funciona dessa forma dicotômica, preto e branco: existem incontáveis tons de cinza entre os extremos da vida. Esse comportamento egocêntrico aparece com mais força quando estamos cercados de pessoas que compartilham do que acreditamos em um tema específico. E é aí que entram as redes sociais.

Para que esses negócios prosperem, eles precisam se tornar relevantes em nossas vidas (como, aliás, qualquer outro). A fórmula para se conseguir isso é o fundamento essencial do Facebook: jogar na nossa cara os posts das pessoas mais importantes para cada um de nós, como familiares, amigos mais próximos e aqueles que têm os mesmos gostos que os nossos.

Em tese, a teoria é boa, especialmente se considerarmos que, sem isso, teríamos que passar por centenas de posts diariamente, só para ver o que nossos amigos publicaram, o que é inviável. Portanto, se vemos em nosso feed de notícias as coisas mais importantes que as pessoas de quem mais gostamos disseram, usaremos a ferramenta cada vez mais para termos a sensação de que não perdemos nada importante.

E é aí que mora o perigo!

 

“Diga-me com quem anda…”

Para você ver essas postagens selecionadas, obrigatoriamente você precisa deixar de lado um montão de outras. O Facebook analisa dezenas de variáveis do usuário, dos seus contatos, das publicações que cada um deles faz e todo tipo de interação online dos indivíduos para montar um perfil de cada um, que pode mudar a qualquer momento. Com base nessas informações, seleciona o que será exibido e o que será ignorado para cada usuário. Assim funcionam os chamados algoritmos de relevância.

Isso é ótimo para não deixar de ver as fotos que sua mãe publica. Entretanto, quanto mais se usa o sistema, menos se vê conteúdo de pessoas que pensam diferentemente de você. Em resumo: o mundo se transforma em um lugar de pensamentos únicos, ingrediente essencial para qualquer tipo de intolerância.

O ciberativista Eli Pariser cunhou o termo “bolha de filtro” (ou “filtro bolha”) para explicar esse fenômeno. Pela sua teoria, os algoritmos de relevância acabam impedindo que os usuários vejam a Internet sem discriminação, isolando-os intelectual e culturalmente, o que, em última instância, cria cidadãos piores com o tempo.

Apesar de achar suas conclusões um pouco extremistas (pois também existem usos positivos dessa tecnologia), vejo méritos na sua teoria. Uma pessoa não pode ser exposta apenas àquilo que gosta, sendo “poupada” do que a desagrada, do diferente, do inesperado, do “chato, porém necessário”. Pois justamente com essa pluralidade de ideias o indivíduo cresce intelectualmente e como cidadão.

Não é de se estranhar que qualquer regime totalitário tenta impor um pensamento único.

 

“Narciso acha feio o que não é espelho”

Os algoritmos de relevância estão aí, fazendo o seu trabalho, mostrando para cada um aquilo que se parece com a própria pessoa.

Peguemos o debate político como exemplo. De uns três anos para cá, os discursos nas redes sociais endureceram: amigos de anos se insultam publicamente, relacionamentos são desfeitos, grupos se formam em torno de suas ideologias para combater adversários. Como se dão conta que há muita gente pensando igual, o caldeirão ideológico ferve e acaba virando ódio. Esquecem que é perfeitamente possível conviver com as diferenças, sem a necessidade de eliminá-las. Na verdade, tal convívio é saudável e necessário. Essa é a essência da democracia!

Chegamos a um ponto tão delicado que as agressões deixaram as redes sociais e ganharam as ruas, as escolas, os ambientes de trabalho. Constrangimentos, insultos e até agressões físicas são cada vez mais comuns. E a maior das ironias é que as pessoas estão se matando por indivíduos que, apesar de discursos inflamados, na verdade assistem ao circo pegar fogo com maquiavélica indiferença.

As pessoas chegaram ao cúmulo de ser manipuladas por elas mesmas, por suas crenças! Por isso, é hora de parar e pensar sobre o que acontece a nossa volta, saindo do turbilhão que exige que tomemos decisões na velocidade das redes sociais, sem refletir, caminhando cegamente com o rebanho.

A vida é muito mais que isso, e o que a torna mais bonita é justamente as diferenças que estão em toda parte.  As redes sociais são ferramentas incríveis e ninguém deve deixar de usá-las. Apenas precisamos fazer isso com mais consciência. E mais amor.

 

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A Olimpíada, a TV, as redes sociais e os riscos do pensamento único

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Serginho, eleito o melhor jogador de vôlei da Rio 2016, chora ao receber a medalha de ouro - imagem: reprodução

Serginho, eleito o melhor jogador de vôlei da Rio 2016, chora ao receber a medalha de ouro

A Rio 2016 chegou ao fim, deixando emoções inesquecíveis para todos. Não há como negar que os Jogos foram um grande sucesso! Por 17 dias, foi como se todos os problemas do nosso país tivessem sumido, sendo substituídos por um júbilo olímpico que ocupou a mente e o coração de todos. Mas isso só foi possível por um interessante e perigoso alinhamento entre TV e redes sociais.

Evidentemente os nossos problemas não desapareceram. Apesar de a bandidagem tradicionalmente pegar mais leve em grandes eventos (pois isso é bom para os negócios), quem precisou de um hospital público no período sofreu para conseguir qualquer atendimento, exatamente como acontecia antes dos Jogos. Isso só para ficar nos exemplos da violência e da saúde falida. Então como explicar esse pensamento único que, apesar de ter desempenhado um importante papel de resgate da autoestima do brasileiro, foi quase uma lavagem cerebral?


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A resposta é totalmente midiática. Ou seja, por baixo de tanta alegria, nossas mazelas persistiam. Mesmo assim, televisão e redes sociais praticamente só mostravam as Olimpíadas. E os sentimentos eram sempre positivos.

Estive no Rio nos dias imediatamente anteriores à abertura dos Jogos. Apesar de a cidade estar ainda mais bonita, e de já se ver o volume de turistas aumentando, era fácil notar que ainda faltava muita coisa a ser feita, e que a entrega só se daria nos acréscimos do árbitro. Os exemplos mais emblemáticos foram o metrô para o Parque Olímpico e a Vila dos Atletas, cujos inúmeros problemas ganharam as manchetes no mundo todo.

E a imprensa nacional e estrangeira batia. As delegações batiam. Nós todos batíamos nas redes sociais. Mas o que mais me preocupou naquela visita foi notar que muitos, talvez a maioria dos cariocas, não pareciam dar a menor bola para o que estava prestes a começar, quase como se a Olimpíada fosse acontecer em outro país. E eu sentia uma grande tristeza, pois via que aquelas pessoas estavam jogando fora a chance de algo que provavelmente nunca mais teriam de novo.

Foi quando Vanderlei Cordeiro de Lima acendeu a pira olímpica no dia 5. E o fogo pareceu esterilizar tudo o que havia de ruim.

E ninguém mais bateu.

 

Caixa de ressonância

No dia 5 de janeiro, publiquei aqui um artigo questionando o que restaria à mídia nesse ano que então começava. Em determinado momento disse que a principal cobertura da Rio 2016 ficaria na mão da grande imprensa, particularmente da Globo, pois é um evento que exige imensos investimentos. O que de fato aconteceu.

Mas a Vênus Platinada não foi a única responsável por essa mudança acachapante do pessimismo pelo encanto. As redes sociais tiveram papel determinante na amplificação disso tudo.

Como acontece em muitas ocasiões, a grande imprensa foi a origem do noticiário, enquanto as redes sociais funcionaram como perfeitas caixas de ressonância. Entretanto, como não se via há anos no Brasil, dessa vez todos foram juntos para um único lado. Não havia embates entre coxinhas e petralhas, nada de Corinthians versus Palmeiras, nem sinal de motoristas contra ciclistas.

Agora eram todos olímpicos, indo na mesma direção e no mesmo sentido. A TV cumpria seu papel de fornecer material. E as redes sociais transformavam aquelas imagens em um fator de união nacional.

Foi lindo! Esse povo sofrido precisava disso… Mas que medo!

 

Diferentes unanimidades

O grande Nelson Rodrigues, pernambucano de nascimento, mas fervoroso torcedor do Fluminense, disse a célebre frase “toda unanimidade é burra”.  E arrematou: “Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar”.

Isso é uma dolorosa verdade quando vamos todos para o mesmo lado só porque a manada está indo para lá. Quando vamos a um restaurante porque os críticos o elogiam. Quando metemos o pau na Seleção Brasileira porque está jogando muito mal, e passamos a enaltecê-la quando continua ruim, mas melhora só um toquinho, o suficiente para o Galvão Bueno voltar a soltar seus infames bordões ufanistas. Afinal, o show tem que continuar!

É verdade que o futebol masculino brasileiro acabou ganhando o inédito ouro. Mas, para isso, tivemos que ouvir Neymar dizer a todos que “vocês vão ter que me engolir”, e depois partir para a agressão física contra torcedores ainda com a medalha no peito, dentro do Maracanã.

Esse é um preço muito alto por esse ouro. Não quero ter que engolir o galinho de briga, só porque a maioria diz que ele é um craque. Não estou impondo, com isso, o que eu acho sobre Neymar. Posso estar errado, afinal, e tenho que aceitar isso. Assim é a democracia, liberdade de pensamento, livre arbítrio.

Quero ter o direito de questionar, mas preciso aceitar quem pensa diferente de mim. Esse é o alicerce para tentar chegar a outra unanimidade, a inteligente. Que também pode falhar, mas que sempre constrói algo de bom ao contrapor pensamentos diversos e livres.

Por isso, sou muito mais Serginho, eleito o melhor jogador do torneio de vôlei da Rio 2016, com uma carreira muito mais campeã que a de Neymar, mas que, assim mesmo, se desfez em um choro muito humilde ao ganhar sua medalha de ouro. Um bom exemplo, afinal, para futuros atletas e para toda a sociedade.

Isso aconteceu no último dia da Olimpíada. Coincidentemente, nesse dia as redes sociais voltaram a apresentar divergência de pensamentos, patrocinados por esses comportamentos tão distintos desses dois atletas. Prefiro assim: redes sociais promovendo pensamentos diferentes, mesmo sob risco de polarizações (mas sem insanidades).

Já estou com saudades da Rio 2016! Não porque me cegou, mas porque me permitiu continuar vendo o mundo de diferentes maneiras, além do óbvio. Essa discussão foi mais um de seus legados. Agora é arregaçar as mangas para tentar resolver os problemas que estão aí. Aliás, de onde nunca saíram.


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